Ponto de Memória da Terra Firme

elencaremos a seguir as principais atividades de museologia social desenvolvidas por esse conselho desde o ano de 2010 até o presente período. 1) Participação em eventos 1.1. Fórum Nacional de Museus O FNM é um evento fundamental para os Pontos de Memória, pois ocorre sob organização do Ibram e é um espaço de trocas e diálogos entre os Pontos. Além disso, como o nome explicita, o referido Fórum reúne diversos Museus do Brasil e já tornou-se referência no País. Evento de abrangência nacional, o fórum tem por objetivo refletir, avaliar e delinear diretrizes para a Política Nacional de Museus (PNM), consolidando as bases para a implantação de um modelo de gestão integrado dos museus brasileiros, por meio do Sistema Brasileiro de Museus (SBM).(IBRAM, 2016.)39 1.2. Simpósio Especial Museu e Antropologia Esse evento ocorreu no ano de 2010, durante a 27ª Reunião Brasileira de Antropologia, no Museu de Arte Sacra do Pará. Foi um dos primeiros eventos em que os conselheiros do Ponto de Memória da Terra Firme foram convidados a participar. Nele, Chiquinha enquanto Presidente pôde participar da mesa redonda “Pontos de Memória: narrativas de experiências” e narrou sobre as ações que o PMTF havia realizado até aquele momento. 1.3. Feira Pan-Amazônica do Livro Trata – se de uma feira organizada anualmente pelo Governo do Estado do Pará, em que diversos representantes da literatura brasileira participam, com palestras, vendas e oficinas. O evento conta, ainda, com shows e outras atrações de cunho artístico. O PMTF participou nos anos de 2010 e 2011, no stand da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), com a exposição “Museu Goeldi e o bairro da Terra Firme: 25 anos de ação comunitária", fruto do trabalho desenvolvido no projeto “O Museu Goeldi leva educação em ciência à comunidade” 1.4. Teias da Memória Desde o ano de 2009, quando ocorreu a I Teia, o PMTF esteve presente. As Teias da Memória são eventos fundamentais para o PPM, pois esse é o momento de formação, discussão, fortalecimento, acompanhamento de ações e diálogo entre os Pontos e Ibram. Na programação do 6º FNM, a Teia da Memória ocorreu integrada ao evento. 1.5. Primavera de Museus da UFPA O evento “Primavera de Museus”, é uma iniciativa do Ibram, que ocorre no início da referida estação. Tem o objetivo de intensificar a relação dos Museus Brasileiros com a sociedade e, portanto, o evento busca valorizá-los, divulgá-los e em consequência disso, permitir visibilidade aos mesmos, aumentando, assim, seu público visitante. Na UFPA, a partir do ano de 2011, o curso de Museologia, na época coordenado por Diogo Melo, passou a realizar sua Primavera de Museus na Instituição. O PMTF participou de todas as edições, com apresentação de trabalhos e palestras. 1.6. Encontro Nacional de Estudantes de Museologia Esse Encontro acontece anualmente, a fim de reunir estudantes de Museologia de diversas regiões do Brasil, para que discutam pautas proeminentes referente as suas formações acadêmicas. Conta com programação cultural, oficinas e palestras. No ano de 2011, aconteceu na cidade de Belém do Pará, na UFPA, e o PMTF foi convidado a fim de discutir, em uma mesa redonda, essa proposta de “museus a céu aberto”, com base na museologia social. 1.7. Rede de Educadores de Museus do Pará A Rede de Educadores de Museus (REM) “é uma associação presente em vários estados do Brasil, aberta a trabalhadores de museus, estudantes, pesquisadores e professores de ensino fundamental e médio interessados em refletir conjuntamente sobre o papel educativo dos museus. ” 40 (REM/GO). Essa associação teve seu início em 2003, no Rio de Janeiro e ao longo dos anos foi expandindo-se pelo Brasil. No Estado do Pará ela ainda está em processo de consolidação. O PMTF está integrado a essa rede, participando, portanto, de mesas redondas, reuniões e demais atividades desenvolvidas pela REM/PA. 1.8. Seminário Brasileiro de Museus O SEBRAMUS é um evento acadêmico, que ocorre anualmente no país. Sua primeira edição foi no ano de 2014, na cidade de Belo Horizonte, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A proposta é que professores, estudantes, pesquisadores e representantes de museus brasileiros dialoguem sobre as diversas áreas da museologia. Alguns conselheiros do PMTF já participaram do evento, especialmente no ano de 2017, em que sua edição aconteceu na UFPA. O PMTF teve apresentação de trabalhos acadêmicos realizados por pesquisadores da UFPA. Além disso, a conselheira Helena e a ex consultora do PMTF e doutoranda, Camila Moura coordenaram um Grupo de Trabalho (GT) no evento. 2) Eventos e ações organizadas pelo PMTF 2.1. I Gincana História e Memória do bairro da Terra Firme Essa gincana foi um dos eventos mais importantes para a divulgação do PMTF no bairro, visto que contou com a participação de diversas escolas do bairro e foi, também, nesse evento que ficou definida a Logomarca do PMTF, apresentada no começo desse capítulo. Aconteceu no período de 16 a 20 de maio de 2011, dentro da Semana Nacional de Museus, realizada no auditório da Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle. O objetivo foi divulgar o projeto Ponto de Memória da Terra Firme para a juventude do bairro e ainda resgatar a história e memória da Terra Firme, com a participação dos jovens desta comunidade. Nesta gincana também foi escolhida a logomarca do Ponto de Memória da Terra Firme. (QUADROS; QUADROS; MOURA, 2013, p. 30) 2.2.I Encontro de Gestores e Professores do bairro da Terra Firme, com o Ponto de Memória e o Museu Goeldi. Esse encontro ocorreu em março de 2011, com o objetivo de promover um diálogo entre os gestores e professores de escolas da Terra Firme e o PMTF. Foi realizado no auditório da Escola Brigadeiro Fontenelle. Nesse evento, além de divulgar o PMTF, os conselheiros puderam, também, dialogar com os participantes a respeito de museus, memória, patrimônio e cidadania. 2.3.Oficina de Inventário Participativo Como já dito, uma das metodologias adotadas pelo Ibram para o desenvolvimento do PPM, foram os inventários participativos e cada região ficou responsável de realiza?lo. Os Pontos Pioneiros contaram com formação (pelos técnicos do Ibram) a respeito desse método, para realizarem em suas comunidades. Dessa feita, é interessante notar a narrativa feita por Alcântara (2016) quanto a experiência desse Inventário na Terra Firme: Realizamos a primeira etapa do inventário participativo no bairro da Terra Firme em dezembro de 2011 a abril de 2012. Nosso objetivo era pesquisar, catalogar e sistematizar as linguagens culturais, a história e a memória presentes no bairro, por meio de entrevistas com os moradores, a fim de dar suporte e visibilidade aos diversos grupos socioculturais do bairro, contribuindo para a valorização dos saberes e práticas locais. Em um primeiro momento, para definição da metodologia, definimos em reuniões que seriam realizadas entrevistas de histórias de vida com os moradores, justificadas pelo interesse do grupo gestor, em sua maioria, em conhecer a história e as memórias existentes na Terra Firme, por meio de relatos dos moradores. (ALCÂNTARA, 2016, p. 100) 2.4.I Encontro de Consultores locais dos Pontos de Memória O ano de 2011 marcou uma importante etapa para o Programa Pontos de Memória, pois, a fim de fortalecer o Programa e organizar de melhor maneira o contato e formação 117 dos Pontos Pioneiros com o Ibram, o Instituto explicou aos Pontos a respeito da necessidade de que cada um elegesse um conselheiro para ser seu consultor local. Novamente destacamos a narrativa de Alcântara (2016), tendo em vista que a mesma foi selecionada pelo conselho gestor do PMTF para representá-los nessa importante etapa: Em 2011, iniciava uma nova etapa dentro do programa, a seleção de consultores locais que deveriam atuar nas comunidades, promovendo consultoria técnica-operacional relacionado à memória social, museologia comunitária, cultura popular e educação patrimonial; além de planejar, elaborar e desenvolver ações socioculturais junto aos comunitários, trabalhando para a difusão, acompanhamento e avaliação das atividades. Os consultores deveriam possuir curso superior e ter algum envolvimento com as comunidades contempladas pelo Programa Pontos de Memória; logo deveriam ser de indicação dos conselhos gestores, a fim de garantirem a execução das propostas. No Ponto de Memória da Terra Firme, eu fui a escolhida. (ALCÂNTARA, 2016, p. 53) 2.5. Rede de Pontos de Memória e Iniciativas Comunitárias A fim de fortalecer o trabalho “em rede”, o PMTF organizou e coordena a referida Rede. O I Seminário ocorreu no ano de 2012, contou com a participação de representantes de projetos e movimentos sociais e culturais da Terra Firme, como o Coletivo Casa Preta. Essa Rede, atualmente, conta com a participação de outras iniciativas como a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB) e o Ponto de Cultura do Amapá. A articulação tem o objetivo de promover diálogo entre essas ações que tenham objetivos semelhantes e/ou interesses em colaborar com a proposta do PMTF. No ano de 2016, a RBJB e o PMTF promoveram o evento “Redes Integradas: Jardins Botânicos e Pontos de Memória”, na cidade de Belém do Pará. 2.6. Oficina Micro Olhar do bairro da Terra Firme Essa oficina foi organizada pelo PMTF, em parceria com a ex conselheira do PMTF e funcionária do MPEG, Ana Cláudia Silva, enquanto parte de sua pesquisa de campo de Doutorado, visto que a mesma estuda a respeito do bairro da Terra Firme. A Oficina tinha como proposta reunir moradores do bairro a fim de que discutissem sobre a memória do lugar e patrimônio. O evento ocorreu no ano de 2016, na Unidade Integrada Pro Paz (UIPP), da Terra Firme. A Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) da Terra Firme promove a oficina Micro-olhar do Bairro da Terra Firme, até sexta-feira (22), em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. A atividade faz parte do programa Ponto de Memória, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibran), e faz parte da programação do Estado em comemoração à 13ª Semana Nacional dos Museus, que ocorre em todo o país com o tema “Museus para uma Sociedade Sustentável”. A oficina agrega moradores do bairro 118 para estudar as sociabilidades e memórias construídas pela comunidade da Terra Firme e, desta forma, criar uma linha do tempo do bairro. O objetivo é que sejam fortalecidos as tradições locais e os laços de pertencimento da comunidade, além de impulsionar o turismo e a economia, contribuindo positivamente para a redução da pobreza e violência. (ALBUQUERQUE, 2016)41 2.7.Do lixo ao verde: a construção do Jardim Comunitário No ano de 2016, nos muros do Campus de Pesquisa do MPEG, localizado na Avenida Perimetral uma situação incômoda para os moradores da Terra Firme e funcionários do Museu estava acontecendo: diversas pessoas jogavam seus lixos nesses muros da Instituição. A partir da observação dessa atitude já recorrente, Helena Quadros, enquanto referência na Instituição no trabalho com a comunidade da Terra Firme, foi acionada por funcionários do MPEG, para que elaborasse alguma solução para o ocorrido. Dessa feita, em contato com duas moradoras do bairro, Fátima Guilherme (Fafá) e Madalena (conselheira do Ponto) que já desenvolviam na Terra Firme ações de educação ambiental, como desenvolvimento e manutenção de jardins comunitários, Helena combinou com as mesmas que o MPEG contribuiria com a doação de plantas bem como com a presença de duas estudantes de biologia e estagiárias da Instituição para que lhes ajudassem na construção de um Jardim Comunitário no lugar onde estava sendo depositado o lixo. Além disso, atividades de sensibilização ambiental (como um Cine Clube) foram fornecidas aos moradores da Terra Firme e aos funcionários do MPEG, no Campus de Pesquisa, sob responsabilidade de Helena Quadros e posteriormente do PMTF também. A ação ganhou visibilidade até mesmo da imprensa local, que realizou entrevista com os conselheiros do Ponto e demais moradores envolvidos. Atualmente, o Jardim mantem-se em construção, embora ainda haja pessoas que depositem seus lixos no lugar. Abaixo destacamos uma imagem do Jardim Comunitário. 41 Retirado do site: http://www.propaz.pa.gov.br/pt-br/noticia/oficina-resgata-memória-e-identidade-do?bairro-da-terra-firme 119 Figura 18 Jardim Comunitáio na Avenida Perimetral 2.8. Oficina Teatro do Oprimido Trata – se de um Projeto elaborado e aprovado por dois estudantes de pós?graduação da UFPA, que concorreram ao Prêmio Proex de Arte e Cultura, pertencente à Pró – Reitoria de Extensão (PROEX) da UFPA e solicitaram a parceria do PMTF para que executassem o projeto. A proposta foi trabalhar com crianças e jovens do bairro da Terra Firme, o teatro do oprimido, um método teatral baseado nas teorias de Augusto Boal. As oficinas ocorreram no ano de 2017, na Escola Parque Amazônia. Os conselheiros do PMTF participaram ativamente de cada etapa do projeto. 2.10. Oficina Viver para lembrar, morrer para esquecer. Essa oficina, ocorreu durante a 15ª Semana Nacional de Museus, no ano de 2017, que tinha como tema “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”. Sabendo disso, eu e a doutoranda Camila Alcântara elaboramos uma proposta de programação para a 7ª Semana de Museus do PMTF, com o tema “Viver para lembrar, morrer para esquecer: a Terra Firme e suas representações museais”. Foram dois dias de oficinas, ocorridas na Escola Estadual Mário Barbosa, na Terra Firme. O público alvo foram os moradores do bairro, e tínhamos como objetivo escutá-los para compreender os sentidos e significados que um museu tem para aquela comunidade, sobretudo um museu como o Ponto de Memória. A atividade foi descrita em um artigo escrito por mim e Camila, o qual foi aprovado e publicado na “Amazônica: Revista de Antropologia”. Recebeu o nome “Ponto de Memória da Terra Firme: um Museu Comunitário da Terra Firme”. 3) Produtos de Difusão No ano de 2011, o Ponto de Memória da Terra Firme participou do Edital Microprojetos Mais Cultura para Territórios de Paz, “é uma iniciativa conjunta entre o 120 Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura e o Ministério da Justiça, através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI)”, (QUADROS; QUADROS; MOURA, 2013, p. 36), submetendo três projetos que foram executados pelo PMTF. São eles: 3.1. Escrevendo nossa história outra vez: Jornal O Tucunduba O Jornal “O Tucunduba” foi elaborado em março de 1989, pelos moradores do bairro da Terra Firme, a fim de tratar questões políticas do cenário da época, e para publicar sobre temas importantes referentes a ocupação do lugar. Abaixo destacamos um exemplar desse jornal da década de 80. Figura 19 Primeira edição do jornal "O Tucunduba", fonte: arquivo pessoal de Helena Quadros. Desse modo, a fim de trabalhar a memória do bairro, o Conselho Gestor do PMTF elaborou o Projeto “Escrevendo nossa história outra vez: o Jornal “O Tucunduba” que tinha o seguinte objetivo: Fomentar a comunicação impressa, de (re)criar o jornal O Tucunduba, que servirá de fonte de informação e formação dos moradores da comunidade da Terra Firme, tendo como foco as ações e atividades desenvolvidas pelas diferentes organizações que atuam no bairro, como associações de moradores e centros comunitários, organizações não governamentais (ONG’s), grupos culturais e desportivos e o Ponto de Memória da Terra Firme, o microprojeto foi desenvolvido nos meses de outubro de 2011 a março de 2012, e envolveu 10 jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, sob a orientação da jornalista Luciana Kellen. 121 No dia 20 de março de 2012, as 20h, na praça Olavo Bilac, ocorreu o lançamento do jornal O Tucunduba, produzido pelo PMTF. O microprojeto tornou-se um dos produtos de difusão do PMTF. (QUADROS; QUADROS; MOURA, 2013, p. 39) Dessa maneira, destacamos abaixo a versão elaborada a partir do projeto: Figura 20 Jornal O Tucunduba, recriado no ano de 2011/2012. Fonte: acervo PMTF. 3.2. Juventude e Imagens do bairro da Terra Firme: reafirmando identidades e garantindo cidadania Esse projeto resultou em um dos produtos mais conhecidos do PMTF, que são dois vídeos documentários: “Todo dia é dia de feira na Terra Firme” e “Ritmos, Cores e Rostos da Terra Firme”. O Projeto tinha o seguinte objetivo: Desconstruir as imagens negativas vinculadas ao bairro da Terra Firme, através da realização de oficinas de produção e edição de vídeo para a realização de dois vídeos documentários sobre o bairro da Terra Firme. (...) Durante os meses de outubro, novembro e dezembro de 2011 foi ofertada para 16 jovens, na faixa etária de 15 a 29 anos, a oficina de produção e edição de vídeo, ministrada pela publicitária Mayara Farias. Os participantes identificaram aspectos e vivências cotidianas manifestadas em diferentes práticas e expressões socioculturais como: lazer, esporte, artes, religião e educação. (QUADROS; QUADROS. MOURA, 2016, p. 37) 122 3.3. As diversas linguagens da cultura no bairro da Terra Firme Nesse projeto, foram selecionados 12 jovens, para que pesquisassem, catalogassem e sistematizassem a respeito das “linguagens culturais” da Terra Firme. Para isso, foi necessário que entrevistassem diversos grupos culturais do lugar. No total foram 59 entrevistados, que narraram suas histórias e memórias, sobretudo relacionadas ao movimento cultural da Terra Firme. O desfecho se deu no Cortejo Cultural, realizado em 28 de abril de 2012. 3.4. Exposição Terra Firme de tudo um pouco Essa exposição itinerante foi resultado do Inventário Participativo, e, portanto, contou com narrativas de memórias das pessoas entrevistadas, bem como diversas representações culturais do bairro. Narra, ainda, sobre os três anos do PMTF e suas ações no bairro. Ela foi lançada dia 12 de Janeiro de 2013, e “se configura em nove painéis expositivos que retratam sobre os patrimônios reconhecidos e memórias narradas pelos moradores durante a realização do inventário. ” (ALCÂNTARA, 2016, p. 56) 3.5. Cartilha “Um Ponto de Memória da Terra Firme” No ano de 2013, eu, Camila Moura e Helena Quadros elaboramos a referida Cartilha, que narrou os três primeiros anos do PMTF. Nessa Cartilha explicitamos o histórico do bairro da Terra Firme, bem como o histórico de criação do PPM e do PMTF. E detalhamos cada ação de museologia social que já havia sido realizada pelo Conselho Gestor no bairro da Terra Firme. A cartilha foi lançada dia 12 de janeiro de 2013, na quadra Igreja São Domingos de Gusmão, no bairro da Terra Firme. 3.6. Roteiro de Visitação do bairro O Ponto de Memória da Terra Firme realiza um roteiro de visitação no lugar, que conta com “paradas estratégicas” para que se conheça o bairro da Terra Firme. A visita começa pelo Jardim Comunitário, em frente ao Campus de Pesquisa do MPEG, em seguida os visitantes conhecem a Feira do bairro; a praça Olavo Bilac, que comporta o Shopping Chão e encerra-se na ponte do Tucunduba. A proposta do roteiro é que ao caminhar pelo bairro, os visitantes possam conhecer a Terra Firme desconhecida pela mídia, que conta com peculiaridades culturais, próprias do bairro. Esse roteiro é guiado pelos conselheiros do Ponto e para realiza-lo é necessário entrar em contato com esse Conselho e agendar a visitação. Ademais, durante os nove anos de trabalho, o Ponto de Memória da Terra Firme se envolveu e desenvolveu diversas atividades voltadas para a memória social do bairro. Todas elas contam com a intensa participação e mobilização do conselho gestor, a fim de 123 que se construa ações de interesse comunitário. O PMTF tornou-se um pequeno grupo, que conta com parcerias de outros Museus de Belém, sobretudo o Museu Goeldi, Universidades públicas e particulares, Pontos de Cultura e coletivos culturais do bairro da Terra Firme. Todavia, essas parcerias, comumente acontecem em ações pontuais. Além disso, o PMTF não possui um CNPJ, o que dificulta a captação de recursos financeiros. Dessa feita, acredito que o Ponto da Terra Firme se caracterize, atualmente, enquanto um movimento político comunitário, regido por ações de museologia social e, dessa forma, mobiliza suas atividades pelo bairro a fim de compreendê-lo enquanto um museu que sem espaço físico atua na proposta de musealizar a Terra Firme.