Angola Filmes – Produções Audiovisuais

Sou Adriano Lima, tenho 38 anos e três filhos, natural de Jundiá município alagoano. Moro no Recife desde 6 anos de idade. A partir dos meus 14 anos comecei a participar de movimentos populares, em 1999 conheci e passei a participar do Movimento Nacional de Meninos/as de Rua-PE, aqui na comunidade de Chão de Estrelas. Depois me inseri nas redes de juventudes como a Rede de Jovens do Nordeste e mais tarde a Rede de Resistência Solidária. No ano de 2004 participei de um curso de fotografia pinhole(foto na lata) esse foi meu primeiro contato com o universo imagético. Em 2005 tive a oportunidade de participar da oficina de produção de vídeo pelo o Consórcio Social da Juventude ministrada pelo o Centro Nordestino de Medicina Popular conveniado com o Ministério do Trabalho e Emprego. Ao término do curso 18 jovens se juntaram e formaram o Gambiarra Imagens. De início a ideia era fazer uma cooperativa de vídeo para gerar renda, logo depois percebemos a importância dos instrumentos audiovisuais para propagar o interesse de nossas comunidades, favelas e bairros. A necessidade de questionar este formato de comunicação altamente manipulado por essas oligarquias que ainda dominam rádios e tvs. A partir da reflexão crítica e a não aceitação deste modelo imposto de comunicação passamos a produzir vídeos com nosso caráter e identidade, que nos mostrem e representem de verdade, sem maquiagem. Depois começamos a fazer eventos político e cultural na rua para falar sobre nossas inquietações. Hoje após todos esses anos de construção adquirir uma grande experiência e conhecimento no universo do audiovisual comunitário, produzindo junto com vários outros grupos e comunidades vídeos ficção, animação e principalmente documentários. A Gambiarra Imagem, que se destacava no cenário da comunicação comunitária dos bairros de chão de estrelas e Campina do Barreto, além de se estender para toda a região metropolitana do Recife. Durante uma década registramos movimentos sociais, shows, o surgimento de alguns grupos culturais e agremiações. As ações não se estendiam apenas para a captação e edição de imagem, havia oferta de oficinas de fotografia e afins. Com o tempo vi a necessidade de criar outros selos para alcançar outros públicos, o primeiro foi o Caracol de arte e comunicação, fizemos a nossa primeira turnê internacional e agora a Angola Filmes que desde 2014 tem documentado diversos segmentos e expressões da cultura popular, periférica e das religiões afro-indígenas.