Informações
Tipo de Entidade
Entidade Cultural
Natureza Jurídica
03.808.720/0001-76
Breve história sobre o Ponto de Memória
O Instituto de Imagem e Cidadania foi criado em 1999 com o objetivo de desenvolver atividades que garantisse o direito a cultura, na sua dimensão de fruição, produção e do acesso. Nossa primeira sede, o Sobrado Cultural, em Vila Isabel, foi uma homenagem a Emílio Paolino Sobrinho, produtor cultural, artista, falecido no trágico acidente do Bateau Mouche. O espaço anteriormente ocupado por uma oficina mecânica foi transformado num espaço educativo de comunicação e cultura. Durante 10 anos o Sobrado Cultural desenvolveu diferentes atividades, em parcerias com atores locais, governamentais e não governamentais, contribuindo para revitalização da região da Grande Tijuca, composta por 7 bairros e 29 comunidades. Durante esse período ocupou um importante lugar no cenário alternativo cultural da região da Grande Tijuca, desenvolvendo metodologia participativa na produção de diferentes linguagens culturais. Entre as linguagens artísticas predominantes encontram-se as relacionadas às artes integradas e a artes visuais. O espaço em vila isabel era local de encontro e diversidade, diferentes linguagens se misturavam proporcionando um diálogo entre os participantes e a arte. Desenvolvemos ações relacionadas com a linguagem audiovisual, ministrando oficinas de produção de vídeo e atividades cineclubistas e de exibição itinerantes, envolvendo novos produtores e diretores consagrados como Erik Rocha, Silvio Tendler, entre outros. As atividades de fotografia também tiveram papel central na construção de nossa intervenção local. Realizamos atividades de oficina de fotografia, diversas exposições fotográficas e de artistas plásticos, contamos com a colaboração de muitos profissionais renomados que compartilhavam suas experiências como Custódio Coimbra, Milton Guran, Marcia Folheto, entre outros. Destaca-se o projeto Alfabetizando o Olhar que desde 1999 realiza oficinas de fotografia artesanal para crianças e adolescentes em escolas públicas do estado do Rio de Janeiro, contabilizando mais de 15 Colégios Municipais, tais como Colégio Municipal Mário da Veiga, Colégio Municipal Francisco Manuel, Colégio Municipal Francisco Cabrita, Colégio Municipal Orsina da Fonseca, Colégio Municipal Afrânio Peixoto, Colégio Municipal General Humberto de Souza Mello, Colégio Municipal São Pedro da Serra, entre outros. Em diferentes momentos esta iniciativa foi inserida no projeto político pedagógico das escolas integrando o conjunto de ações voltadas para o fomento da leitura visual e das artes integradas. Também realizamos oficinas em eventos como: V Encontro Sem Terrinha do estado do Rio de Janeiro, Mobilização por Escolas do Campo, Espaço Ciência Viva, Mercado Mundo Mix, Fórum Mundial de Educação, FotoRio 2005, Tangolomango, entre outros. Em 2008, fruto da análise da ausência de equipamentos educativos de cultura nas áreas rurais do interior do Estado do Rio de Janeiro, a organização iniciou o planejamento para a construção de um espaço cultural no Município de Bom Jardim, na comunidade rural de Santo Antonio. Desde então, vem desenvolvendo ações de fomento a leitura e as artes em geral; de preservação do patrimônio cultural, material e imaterial, presente nestas localidades; de fomento as práticas agroecológicas e de incidência política para o fortalecimento de políticas públicas de cultura para áreas rurais. Atendendo anualmente mais de 12 escolas, aproximadamente 400 crianças, adolescentes e jovens, bem como a comunidade rural presente nas áreas rurais do Distrito de Barra Alegre em Bom Jardim, Distrito de Monte Café em Trajano de Moraes e Distrito de São Pedro da Serra, principalmente a comunidade rural de Vargem Alta. Atualmente a organização é composta por educadores populares, artesãos, agricultores, moradores do interior do Estado do Rio de Janeiro. Nossa sede, Sobrado Cultural Rural, possui a Biblioteca Conceição Amaral Knupp, Galpão de Artes Mafort, Ecomuseu Rural e Biblioteca Rural de Artes Visuais. Também temos uma cozinha comunitária, um alojamento para hospedar grupos parceiros, colaboradores, residentes artísticos, amigos do ponto de cultura rural, entre outros; além de capril, galinheiro, estábulo, horta comunitária, entre outros. Estamos numa área de 13m2, em meio à mata atlântica, próximos à área de proteção de Macacu e de Macaé de Cima, numa região considerada de interesse geológico por conta da antiguidade de suas pedras que remonta o período do deslocamento das placas tectônicas, cuja pedra conhecida como Pedra Aguda, tem sua outra metade na África. A Biblioteca Conceição Knupp Amaral foi uma homenagem às mulheres do campo. Seus livros fazem parte do prêmio Ludicidade do Ministério da Cultura recebido pela entidade por conta do reconhecimento do trabalho de valorização da memória local com fotografia artesanal. Essa ação garante o acesso ao livro e estimula a leitura através de atividades, tais como: contação de história, apresentação teatral, de dança e música, além de oficinas diversas linguagens artísticas que estimula a criatividade e fomenta a produção artística. O Galpão de Artes foi todo construído de madeira, pelo agricultor Zaga Mafort e tem na sua arquitetura a lembrança das construções realizadas pelos antigos moradores. Esse espaço batizado como Galpão de Artes Mafort, homenageia a família de mais esse Mestre, que cumpriu um importante papel para o desenvolvimento desta região na época do plantio do café e também na preservação das folias. Esse espaço tem sido ocupado por diferentes atividades como: apresentações de teatro, de circo, por rodas de conversa, ensaios do grupo folclórico, do mineiro pau, encontro de folias, entre outros. Ele mede aproximadamente 60 m2 e tem capacidade para 60 pessoas sentadas em cadeiras e quase o dobro de pessoas sentadas no chão e/ou em pé. O Ecomuseu Rural, reconhecido pela Superintendência de Museus da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto Brasileiro de Museus como ponto de memória rural, realiza ações voltadas para a preservação da memória e do patrimônio cultural rural através da realização de oficinas de educação patrimonial, educação ambiental, educação alimentar, produção de livros, de documentários, de percursos e de inventários que valorizam os modos de vida de quem mora no campo e da agricultura familiar. A Biblioteca Rural de Artes Visuais tem um acervo constituído por livros, dvd’s, cd’s de artes visuais indicados pela FUNARTE e uma exposição permanente de máquinas fotográficas antigas. As ações da biblioteca visam fomentar a leitura visual e as artes visuaias, através de oficinas que envolvem diferentes linguagens artísticas, tais como: fotografia, cinema, escultura, pintura, entre outros. Atualmente existem 13 bibliotecas de artes visuais no país, sendo que apenas a nossa está numa comunidade rural.
Público-alvo das ações promovidas
Nossas ações são voltadas, principalmente, para moradores de comunidades rurais, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.
Breve descrição do Acervo
Ao longo destes anos temos realizado uma série de ações voltadas para a valorização das manifestações culturais e dos saberes e fazeres presentes nos territórios rurais presentes no interior do Estado do Rio de Janeiro. Essa vivência tem nos permitido acompanhar como algumas famílias resistem para manter viva a cultura que pulsa no cotidiano das comunidades rurais e pelo interior do Estado do Rio de Janeiro. Nosso acervo é constituído por objetos que fazem parte do cotidiano das comunidades rurais, em especial, da agricultura familiar, tão presente nas comunidades onde atuamos e também por fotografias e vídeos de história oral, das manifestações populares e sobre os modos de vida presentes nestas comunidades. Apesar de não considerarmos como nosso acervo, o Ecomuseu Rural, desenvolve visitas às casas de mestres e mestras, e de famílias agrícolas, possibilitando ao visitante conhecer inúmeras histórias de vida, modos de vida, casas centenárias e objetos que são guardados pelos próprios moradores, fortalecendo assim, um museu vivo presente nas nossas comunidades. As manifestações culturais presentes na região serrana também são compostas principalmente por famílias, amigos e vizinhos, uma características muito presente nas áreas rurais, onde na maioria das vezes, os núcleos são formados por famílias agrícolas e empreendimentos familiares rurais. Em 2010 iniciamos ao lado do Jorge Castro, sua esposa Ioneida Castro e dos componentes da folia Bandeira do Divino Espírito Santo uma pesquisa que nos permitiu mais do que registrar e documentar o cotidiano dos integrantes da folia, mas conviver e construir afetividade mediada pela memória e preservação deste patrimônio imaterial. Ao longo destes anos estivemos participando de inúmeras apresentações da Bandeira Divino Espírito Santo, acompanhando com uma câmera na mão os diversos giros, os Circuitos de Folias de Reis que acontece pela região Serrana, as festas de arremate e os Encontros que a bandeira realiza no Distrito de São José do Ribeirão, terceiro distrito de Bom Jardim no Estado do Rio de Janeiro. Em 2011 produzimos o documentário “Saberes e Tradições do Interior do Estado do Rio de Janeiro: Folia Bandeira do Divino Espírito Santo” que compartilha a história, a função e a dinâmica desta folia, através de uma narrativa que permite conhecer mais sobre o envolvimento dos foliões e foliãs com sua devoção e promessas. Esse documentário contribui para conhecermos mais o universo histórico e cultural das folias, servindo inclusive, de material paradidático para as escolas que abordam a importância das manifestações culturais populares. Como não podia deixar de acontecer nos envolvemos com outros grupos durante os Circuitos de Folias de Reis da região Serrana que acontecem anualmente em quase todos os municípios da região envolvendo folias da própria região e também folias convidadas de outros municípios do Estado do Rio de Janeiro. Essa convivência nos impulsionou a estabelecer parcerias para a produção de livros que compartilhassem um pouco da história das folias de reis presentes na região serrana. Há um esforço por parte dos foliões e foliãs mais velhos de estimular e mobilizar a participação das crianças, adolescentes e jovens para aprenderem o “ofício” de seus pais e avós, com o intuito de continuarem com a tradição. Apesar da participação infanto-juvenil nas últimas décadas ter diminuído, podemos constatar que na região serrana há uma presença das crianças, adolescentes e jovens das famílias dos foliões que estão garantindo a renovação geracional. Alguns mestres vislumbram que suas bandeiras continuem na estrada comandada por esta nova geração. A participação das crianças nos estimulou a apadrinhar a Bandeira Estrela do Oriente Mirim de Bom Jardim composta de crianças, adolescentes e jovens do Município de Bom Jardim. Temos realizado registros da folia nos diversos festivais que ocorrem na região e iniciamos uma campanha de doação de instrumentos que nos possibilitou entregar uma caixa, pandeiro, entre outros. Em 2011 iniciamos em parceria com a Escola Municipalizada Vieira Batista oficinas de mineiro pau para contribuir com a formação que a escola ofertava, articulamos apresentação artística do grupo durante a realização da Rio+20 que ocorreu em 2012 no Galpão da Cidadania na cidade do Rio de Janeiro e visitas a grupos de cultura popular como o Boi Pintadinho da Associação Grupo Sociocultural Cara da Rua, ponto de cultura de Miracema. Desde então, temos tentado identificar grupos de mineiro ou maneiro pau pela região e ministrado oficinas de mineiro pau na sede do Ecomuseu Rural. O mineiro pau tem sido repassado principalmente pelas escolas da rede pública que através de professores de educação física e de outras modalidades insere na grade curricular atividades de mineiro ou maneiro pau para contribuir com a preservação dessa manifestação. Considerado como alicerce da cultura tradicional essas manifestações receberam durante esses últimos anos fomento do governo federal e de alguns estados através de políticas públicas que contemplaram grupos de Mineiro Pau ou Maneiro Pau, Mestres de Folias de Reis, grupos ligados às festas populares como a Festa do Divino, o Carimbó, o Boi-Bumbá, o Círio de Nazaré, as Cavalhadas, Pontos de Cultura voltados para cultura popular, entre outros. Colocando assim, na agenda política, a importância da ampliação do papel do Estado no fomento à cultura popular e na valorização do patrimônio cultural imaterial. Entre os materiais do acervo destacamos também os documentários que tem sido produzido para valorizar os modos de vida das comunidades rurais, tais como: Rezas e Ervas que registra a produção da pomada milagrosa; Remédios Caseiros que valoriza a produção de remédios com ervas da mata atlântica; a série Agricultura Familiar na Pandemia que revela como é importante a alimentação saudável e as estratégias de resistência de quem planta o que comemos; Mestre Populares do Campo que compartilha a realidade de muitas famílias destas comunidades, entre outros. São inúmeros documentários que colaboram com o acervo de material didático para as escolas do e no campo. Também destacamos as inúmeras exposições que nos permitem circular pela região e pelo país valorizando a realizada do Brasil Rural tão presente no nosso país, entre elas: Marcha do MST, Saberes e Fazeres do Campo, Mulheres da Agricultura Familiar, Alimentação Saudável, Outros 500 anos, entre outros.
O Ponto já realizou o Inventário Participativo?
Sim
O Ponto possui Acervo?
Sim
Acervo
Catálogos, livros e outras encadernações impressas | Documentos | Documentos Imagéticos (Fotografias, mapas, etc..) | Objetos
O Acervo já foi inventariado?
Não
O ponto possui acervos digitais?
Não
Relação com a comunidade de referência
A relação com a comunidade acontece no dia a dia, durante as inúmeras atividades que realizamos através do Ecomuseu Rural, desenvolvendo oficinas de educação patrimonial através das artes visuais, oficinas de cultura popular e oficinas de alimentação saudável; produzindo documentários que revelam os modos de vida presente nos territórios rurais; apoiando e fortalecendo as manifestações populares como folias de reis, as festas de colheita, entre outros; contribuindo para a geração de renda das famílias através de visitas que possibilitam expor seus produtos; participando das reuniões da Associação de Moradores, Produtores Rurais e Artesãos do Distrito de Barra Alegre; valorizando sobretudo a cultura rural presente na roça; planejando as atividades em parceria com as escolas municipais e estaduais, parceiras de longa data, na garantia do direito à cultura.
O ponto possui sede própria?
Sim
O espaço da sede é aberto ao público?
Sim
Já foi contemplado em algum edital do IBRAM?
Sim
Quais editais do IBRAM?
Edital de pontos de memória e na premiação Darcy Ribeiro
Contemplado em outros editais públicos ou privados?
Sim
Contemplado em quais outros editais?
edital de pontos de cultura, pontos de leitura, pontinho de cultura, pontão de cultura, museus, bibliotecas, entre outros.
Os integrantes participaram de ação do IBRAM?
Não
Participaram de capacitação de outra instituição?
Não
O ponto promove atividades regulares?
Sim
Quais atividades?
Oficinas, documentários, exibição de filmes, visita a moradores, exposições itinerantes
A entidade promove ações de Capacitação?
Sim
Quais ações de Capacitação?
formação em educação patrimonial através das artes visuais
O ponto promove eventos abertos ao público?
Sim
Quais eventos?
encontros, oficinas, exibição de filmes e exposições
O ponto faz parte de alguma Rede?
Sim
Qual Rede?
Rede Nacional de Pontos de Cultura e memória rurais, Rede de Museologia do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Memória em Rede e da Rede Latinoamericana de Cultura Rural
O ponto possui parcerias com poder público?
Sim
Quais parcerias com poder público?
Secretaria de Culturas da Região serrana do Estado do Rio de Janeiro e com a Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro
O ponto possui parcerias com instituições privadas?
Não
O Ponto tem participação ativa em conselhos?
Sim
Quais conselhos?
Comissão Nacional de Pontos de Cultura
Localização
Estado
Endereço da Sede
Sítio Córrego de Santo Antonio, Sn - Bom Jardim- RJ