Instituto Boimamão

O Instituto Boimamão, desde a fundação em 1998, entendia a importância de espaço de memória para a comunidade de Bombinhas, recém emancipada de Porto Belo, região centro norte do litoral catarinense. Portanto, a primeira participação em um edital da instituição em 1999, foi a ousada proposta para a criação de um Museu dedicado à cultura e à história da região. Projeto aprovado no mesmo ano (Lei Rouanet/MinC) e, um terço da captação via mecenato, possibilitou os primeiros passos para o desenvolvimento de ações de preservação do patrimônio cultural, de valorização de manifestações regionais e salvaguarda dos Engenhos de Farinha com riscos de extinção. A construção do Museu Comunitário Engenho do Sertão foi um processo provocado pela dedicação da fundadora Rosane Luchtenberg e facilitado pelo resultado dos projetos realizados pelo Instituto Boimamão, tornou-se um espaço de referência para a preservação da cultura tradicional da região. Processo que foi dando corpo a uma rede ativa e contínua de ações culturais e educativas elaboradas com e para a comunidade, com o apoio de instituições parceiras e de editais de fomento. A gestão do Instituto, fez o seu registro no Cadastro Nacional de Museus em 2007, momento que é considerado a “data de nascimento” do museu pela equipe, e suas ações voltadas para a comunicação, a pesquisa e a preservação das expressões da memória, da arquitetura, do patrimônio alimentar, da literatura popular, da dança, da música e do artesanato da região. Quando o museu foi criado, em 2007, o Instituto Boimamão já possuía um trabalho solidificado com a cultura popular através dos seus projetos: ações como as oficinas de Criação Artísticas “Quero ver Boi de Mamão” (2004), as Oficinas de Cultura e Cidadania “Grupo do Engenho” (2005-2007) e o projeto “Cantando em Verso e Prosa” (2007) promoveram atividades com o artesanato local, patrimônio alimentar, música tradicional e os folguedos. Após o cadastramento do espaço como um museu comunitário e com o auxílio de políticas de apoio à cultura, os projetos com foco na educação e na promoção do patrimônio local são realizados, sem descartar as necessidades da comunidade. Como o projeto “Escola da Terra” (2010-2013), contemplado no Edital Ponto de Cultura do Ministério da Cultura, que, além das atividades desenvolvidas voltadas para a ciência, a tecnologia, a agroecologia e a cultura tradicional, integrou ações de educação profissional para a geração de trabalho e renda, com o projeto “Aluno Cidadão”. Este projeto oferece oficinas para adolescentes de 14 a 18 anos, com o objetivo de facilitar e impulsionar estes jovens ao mercado de trabalho. Em 2012, o Instituto Boimamão criou na sede do Museu Comunitário Engenho do Sertão, uma unidade produtiva de artesanatos, visando estimular o empreendedorismo, a inclusão social e a geração de emprego e renda. Em 2013 é criado o Núcleo de Ação e Criação Artesanal (NACA), que desenvolve cursos e projetos com o objetivo de aprimorar as técnicas tradicionais utilizadas pelas artesãs locais, com base na cultura Açoriana e a influência de outros grupos étnicos que povoaram o município de Bombinhas e região. Já o Núcleo Agrícola de Produção Orgânica (NAPO) tem como objetivo promover o exercício da cidadania com ações voltadas à realidade cultural local e socioambiental, como instrumento de apoio à educação ambiental. Em decorrência de sua ação coletiva na promoção do patrimônio cultural local, resguardando tanto edificações e objetos ligados à produção artesanal da farinha, quanto a cultura intangível presente nas manifestações da cultura popular local, o Museu Comunitário Engenho do Sertão foi premiado como Ponto de Memória em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Museus, através do Edital de Seleção Pública n° 09, de 16 de novembro de 2012, reconhecendo a potência deste espaço como difusor de culturas ligadas ao patrimônio e ao desenvolvimento social. “Somos aquilo que não esquecemos” frase do Filme A Linha Invisível – 20 anos de história do Instituto Boimamão ( 1998/2018)