Museu MIIM – Museu da Imagem Itinerante das Imagens da Maré

O Museu MIIM foi criado em 2019 no contexto das pesquisas do artista Francisco Valdean. O dispositivo consiste em um museu de artista que funciona em uma caixa de papelão, medindo 37 cm de comprimento, 26 cm de largura e 15 cm de altura. A caixa arquivo abriga as coleções físicas, o arquivo fotográfico digital e a reserva técnica, formando o Acervo Histórico-Poético das Imagens da Maré, que é a base estruturante do Museu MIIM. A partir do processo de inventariar as coleções fotográficas e organizá-las na caixa arquivo, o conceito do minimuseu foi se consolidando. Atualmente, a experiência é composta por ações museológicas, artísticas, culturais e educativas, através das quais busca-se estimular o imaginário dos visitantes do museu. O MIIM realiza diversas ações que se materializam da seguinte forma: 1. Ações Poéticas: Essas ações são realizadas por meio de eventos artísticos, culturais e educativos, exibidos em escolas, igrejas, ONGs e eventos de rua. Desde 2019, essas ações têm sido executadas nas favelas da Maré, mas também são realizadas em toda a cidade do Rio de Janeiro. Um exemplo dessas ações é a "Ação Poética Imagens de Contatos", que é executada através de projeções portáteis ou utilizando a caixa do Museu MIIM. 2. Exposições Virtuais: Durante a pandemia de Covid-19, o MIIM realizou três exposições virtuais exibidas em seu site e nas redes sociais. Os nomes das mostras foram: "Maré na Pandemia", "Imagens da Maré: um pequeno inventário visual" e "Imagens da Maré - arte e cultura". 3. Fotojornal: O FOTOJORNAL é uma peça artística que tem como foco central a cultura das imagens da Maré, com uma abordagem poética. Criado em 2021, durante o contexto pandêmico, a publicação inicialmente surgiu como um catálogo da exposição virtual "Imagens da Maré - Arte Cultura". Na edição de 2022 do FOTOJORNAL, exploramos a cultura da fotografia dentro desse conjunto de favelas, apresentando o trabalho de quatro jovens fotógrafos populares: Arthur Vianna, José Bismarck, Vitória e Camila Camillo. A edição de 2023, que está atualmente em fase de produção, será inteiramente dedicada ao trabalho do fotógrafo João Roberto Ripper, reconhecido por impulsionar o movimento da fotografia popular nas favelas da Maré. 4. Feira de Fotografia Popular do MIIM: A Feira de Fotografia Popular surgiu organicamente durante o Festival Internacional de Fotografia - Paraty em Foco, em 2022. Na ocasião, eu e meus alunos da Escola de Fotografia Popular participamos do festival e, como forma de geração de renda, montamos barraquinhas na Praça do Chafariz, onde expusemos e vendemos nossos trabalhos fotográficos ao público. Desde então, continuamos realizando exposições e vendas de trabalhos em diversos eventos artísticos e culturais na cidade do Rio de Janeiro, além de ter atividades também em São Paulo. Essa ação da feira tem como objetivo reunir fotógrafos das periferias no ritual de exposição e venda de seus trabalhos. Nesse espaço expositivo, o autor assume também o papel de curador de sua própria obra. A feira tem demonstrado cada vez mais seu potencial de geração de renda para os artistas participantes. Alguns dos espaços em que apresentamos a feira em 2022 e 2023 foram: Em 26 de outubro de 2022, participamos da Festa Minerva Literária na Faculdade de Letras da UFRJ, realizada pela Livraria Machado & Cia, no Rio de Janeiro. Em 5 de novembro de 2022, participamos da Feira Literária da Lavradio, na Praça Emilinha Borba, no centro do Rio de Janeiro. Em 12 de novembro de 2022, participamos do festival de fotografia Fotorio. Em 3 de dezembro de 2022, apresentamos a feira no Festival Zum, no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Em 10 de dezembro de 2022, em parceria com o IMJA (Instituto Maria e João Aleixo), participamos do evento "Periferia de Casa Aberta" na FLUP (Festa Literária das Periferias), realizado na Rua Bitencourt Sampaio, na favela da Maré. De 20 a 23 de janeiro de 2023, participamos do Escuta Festival, realizado pelo Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Em 4 de fevereiro de 2023, participamos da 13ª Bienal da Une, realizada na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Em 21 de março de 2023, apresentamos a feira no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro. 5. Biblioteca de Fotografia Popular: A pesquisa que deu origem à Biblioteca de Fotografia Popular (BFP) surgiu no contexto artístico do Museu MIIM, por meio da aquisição e organização de publicações de projetos visuais e de artistas individuais. Nosso objetivo é pensar a Fotografia Popular em escala nacional. A BFP foi exibida pela primeira vez como uma instalação na exposição coletiva "A Fotografia Popular Carioca ocupa o Hélio Oiticica", realizada durante o mês de março de 2023 como parte das comemorações do aniversário de 458 anos do Rio de Janeiro. A exposição coletiva apresentou trabalhos de 15 fotógrafos populares e organizamos um acervo de imagens com o objetivo de provocar reflexões sobre a data comemorativa do aniversário da cidade, sob a perspectiva dos moradores das favelas. 6. Ações com previsão de execução em 2023: Execução no segundo semestre do curso "Letramento em Fotografia Popular" para estudantes da Faculdade de Letras da UFRJ, por meio de ações de extensão da universidade nas favelas da Maré. Instalação da Fototeca da Maré em uma exposição que será exibida no Itaú Cultural, na cidade de São Paulo. A caixa do Museu MIIM será incorporada ao acervo da Biblioteca de Fotografia do Instituto Moreira Salles, na cidade de São Paulo. No mês de agosto, o Museu MIIM será exibido no festival Edfringe, na cidade de Edimburgo, capital da Escócia.