Museu Nísia Floresta

No município de Nísia Floresta apesar da diversidade de expressões culturais existentes na localidade, o que predomina é a ausência de políticas públicas que incentivam e contribuam com o fortalecimento e a difusão da cultura. As escolas atuam de forma desassociada da cultura local. Os governos municipais não têm investido em políticas culturais. A educação é marcada pelas práticas educativas tradicionais. Foi a partir da atuação do Museu Nísia Floresta em 2012, que a comunidade local passou a ter acesso a atividades e ações de promoção e difusão da cultura, de práticas educativas inovadoras e de estímulo à prática da leitura. O Museu Nísia Floresta tem sido um espaço de organização e disponibilização ao público de um acervo sobre a escritora, de preservação e difusão de sua memória histórica e um espaço para a realização de atividades permanentes de arte e cultura. O Museu está organizado em três vertentes: 1) Espaço de memória do casarão onde funciona o Museu; 2) Espaço de exposição sobre a vida e a obra da escritora Nísia Floresta e 3) Espaços culturais como sala de exposições de artes visuais; Ponto de Leitura, auditório e sala de exibição audiovisual e salas para oficinas diversas como danças populares, fotografia e produção audiovisual, entre outras linguagens artísticas. Mesmo com todas dificuldades advinda da falta de apoio por parte do poder público, o Museu Nísia Floresta é uma referência na área de Museologia. Em 2013 o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, selecionou 70 instituições museológicas do país para integrar a série de televisão Conhecendo os Museus. No Rio Grande do Norte, apenas 02 museus foram selecionados: O Museu Nísia Floresta e o Museu do Forte dos Reis Magos. Na área do Patrimônio Imaterial, o Museu Nísia Floresta, vem intensificando o trabalho de pesquisa da cultura popular do município, envolvendo alunos e professores de diferentes níveis de escolaridade. Esse trabalho vem resultando na organização de acervos imagéticos e audiovisuais, publicação de postais, na realização de exposições fotográficas, produção e difusão da série audiovisual Curta Nordeste. O Museu também tem promovido uma série de oficinas de saberes tradicionais como Boi-de-Reis, Côco de Roda, Pastoril, fabricação de brinquedos e de brincadeiras populares. Essas oficinas têm contribuído para a articulação e fortalecimento das manifestações populares do município e da região da Grande Natal. Com esse trabalho o Museu também aprovou e executou um projeto de Patrimônio Imaterial junto ao IPHAN – Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional. Aprovou também um microprojeto com o IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus que resultou na criação do Ponto de Memória Mestres da Cultura Popular. Finalmente o trabalho junto ao grupo Côco de Roda permitiu que esse conquistasse o Prêmio Culturas Populares do Ministério da Cultura em 2012, assim como o mestre Canindé do Boi de Reis através do Edital Culturas Populares – Edição Leandro Gomes de Barros, em 2017. Ainda no ano de 2017, o Museu Nísia Floresta conquistou o Prêmio Fundação Banco do Brasil, sendo reconhecido como Tecnologia Social. Outra linha de atuação do Museu, tem sido a articulação entre as áreas da cultura e educação. A instituição mantém parceria com diversas escolas públicas e realiza de forma permanente atividades com professores e alunos. Através do Projeto Escola no Museu tem contribuído com a formação de público para os museus; permitido o acesso desse segmento aos bens culturais e oferecido diversas oficinas para a formação de novos agentes culturais em diferentes linguagens. Outra importante ação do Museu Nísia Floresta e que vem se fortalecendo é o Festival Literário de Nísia Floresta, que atualmente, é o maior evento cultural e educativo do município e do estado com três edições já realizadas, envolvendo principalmente alunos e professores de escolas públicas locais e universidades. Isso possibilita o acesso da população à uma grande diversidade de produções literárias e a outros bens culturais. O Museu Nísia Floresta tem sido uma forte referência para o trabalho em Rede. No Rio Grande do Norte é fundador e é um dos principais articuladores da Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do Estado, ajudando no surgimento e fortalecimentos de outras iniciativas de Museologia Social.