Centro de Criação Galpão das Artes

Há duas décadas o município de Limoeiro, na região do Agreste Setentrional de Pernambuco, dispõe de um espaço dedicado as artes visuais, cênicas, plástica e especialmente, a arte- educação. O Centro de Criação Galpão das Artes está localizado, à Rua Vigário Joaquim Pinto, nº 465, e foi reconhecido nacionalmente pelo trabalho de resgate social e da cultura popular, com ações que abrangem também a cidadania. Esse espaço revela para o mundo a arte do teatro e de outras expressões da cultura popular pernambucana, conectando crianças e adolescentes, por meio da cidadania, ao primeiro contato com a produção artística, por meio do convívio com os agentes culturais e as oficinas. De forma muito dinâmica são realizados cursos, oficinas de teatro, apresentação de novos espetáculos, divulgação do trabalho dos artesãos locais, através de exposições e muito mais. A idealização desse espaço foi do produtor cultural, Fábio André, que com o apoio de outros arte-educadores e artistas consolidaram o sonho, através do projeto audiovisual “O Sumiço da Santa”, produzido em parceria com o Centro de Cultura Luiz Freire – TV Viva. Esse foi o primeiro de muitos outros projetos que nasceriam para formalização dessa instituição que surgiu para preencher a inexistência de um espaço exclusivo ao exercício das artes cênicas, educação e cultura em geral. “O processo de criação precisa ser intenso na arte. Pensamos em um espaço onde pudéssemos ter de forma mais aberta e intensa essa criação. O Galpão das Artes surge da necessidade de ser um espaço de criação. Por isso, recebe o nome de ‘Centro de Criação’ e ‘Galpão das Artes’ porque primeiro era um armazém, que guardou o algodão, no período em que Limoeiro era a ‘Terra do Ouro Branco’. Em seguida, o casarão onde hoje estamos foi a primeira sede da primeira escola de música da cidade de Limoeiro”, pontua Fábio André. O espaço é coletivo e conta com uma assídua presença de alunos da rede de educação municipal e estadual. No local, eles aprendem a confeccionar os próprios brinquedos e são incentivados à prática da leitura e da produção textual. Uma das ações sociais da instituição é a arrecadação de alimentos, kits de limpeza e material didático para as crianças assistidas pelo Programa Arte-Educação. Nesse período de pandemia, por exemplo, esses alunos foram assistidos com a doação de alimentos. O espaço do Centro de Criação Galpão das Artes dispõe do Auditório Jornalista Cristiano Donato, onde funciona o teatro, espaço para exposição de artistas, um Camarim que homenageia a atriz Prazeres Barbosa, Biblioteca Professor João Tavares de Amorim, além do Minimuseu Dona Daluz. Nesses tempos de brinquedos eletrônicos e virtuais, o Galpão das Artes tem um acervo que lembra o mundo lúdico, alegre e colorido dos brinquedos populares: a pipa, o rói-rói, o mané gostoso, a bola de gude, o pião, a peteca, as bonecas de pano, entre outros. A proposta para esse salvaguardar surge do “desejo em manter viva a arte e a memória chegando mais próximo de outras gerações. Entendemos que existem tradições que vão se perdendo e que crianças e adolescentes não conhecem. Com um mundo cada vez mais tecnológico tudo foi se modificando. Com isso, as tradições passaram a ser esquecidas porque não existia um projeto de salva guarda”, relata Fábio André. O Minimuseu Dona Da Luz encanta todas as gerações. Adultos tornam-se crianças ao vislumbrarem os brinquedos presentes na sua infância. As crianças se encantam com os tradicionais jogos.