Museu Afro-brasileiro Pai Procópio de Ogunjá

Pai Procópio, patriarca da família, é personagem importante na configuração do candomblé baiano, citado em obras como a de Jorge Amado. Ele ficou famoso na década de 1930 pela sua resistência a perseguição policial sofrida pelos candomblés baianos. Pai Procópio influenciou e deixou sua marca: o ritual da feijoada de Ogum, que hoje faz parte da religiosidade afro de norte a sul do Brasil, foi criado em seu terreiro. A coleção é composta de fotografias, joias e objetos simbólicos de culto, que vão contando a história da linhagem familiar e de axé, até a chegada do Babalorixá da Casa do Mensageiro, Babá Rychelmy Esútobi. O acervo contempla também, o patrono da Casa, com uma coleção com cerca de 20 peças de culto a Esú. É uma coleção que abarca diversos aspectos culturais africanos e afro-brasileiros, que tem como objetivo resgatar, através da religiosidade a importância e a história da comunidade e do candomblé. A importância desse museu está não só nas histórias relembradas, mas no poder de narrativa que possa a ser da própria comunidade de axé. Trata-se de um resgate da ancestralidade e propulsor da construção de identidades. A curadoria foi feita coletivamente, direcionada pela museóloga Daisy Santos, que também é Iyákekerê da casa. Todo o projeto expográfico, construção do espaço montagem, catalogação de acervo foi projetado e está sendo executado pelo terreiro. O objetivo é que o Museu seja para além de um instrumento de salvaguarda dos acervos dessa comunidade; que este espaço seja também promotor de outras possibilidades no campo das artes e da história do povo preto.