Fachada

Museu Histórico de Rio Branco do Sul

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Para compreender o valor deste patrimônio, é necessário retornar à década de 1930, quando a então Vila de Rio Branco possuía status municipal. Sua emancipação política ocorreu em 1871, por meio da Lei Provincial nº 255, que a desmembrou de Curitiba. À época, a sede municipal situava-se em Votuverava. Em 1908, a sede foi transferida para a localidade da Rocinha — atual centro da cidade — recebendo a denominação de Vila Rio Branco. Durante o período entre a emancipação e a transferência da sede, os poderes Executivo e Legislativo funcionaram nas dependências da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Votuverava. Após a mudança, passaram a operar em residências alugadas na Vila Rio Branco. Em 1938, o Decreto-Lei Estadual nº 7.573 extinguiu o Município de Vila Rio Branco, incorporando-o a Cerro Azul como Distrito de Votuverava. A condição municipal foi restituída em 1947 pela Lei Estadual nº 02, que reinstalou oficialmente o município, então rebatizado como Rio Branco do Sul. Com a nova emancipação, surgiu a necessidade de instalações adequadas para atender à administração pública. O prefeito eleito, Octavio Furquim (1947–1951), determinou a construção da primeira sede própria dos poderes municipais, consolidando o chamado “Centro” do Poder Legislativo. Desde sua construção, o edifício foi destinado ao uso público, abrigando a Prefeitura Municipal até 1986. Nesse ano, após a criação da Comarca de Rio Branco do Sul — desmembrada de Curitiba em 1982 — o prédio foi repassado ao Poder Judiciário para sediar o Fórum Municipal. A transferência oficial ocorreu mediante a Lei nº 278/86 e posterior registro, concluído em 17 de outubro de 1986, que formalizou a doação do imóvel ao Estado do Paraná. O edifício foi sede do Fórum até 2003, quando um incêndio causou danos significativos. Com a construção da nova sede judicial no mesmo terreno, cogitou-se a demolição da antiga estrutura para implantação de estacionamento. A mobilização comunitária em defesa de sua preservação levou à criação do primeiro COMPAC e à aprovação da Lei nº 609/2003, destinada à proteção do patrimônio cultural. Em 7 de maio de 2004, o imóvel foi oficialmente tombado como o primeiro bem patrimonial do município. A restauração, iniciada em 2007, contou com doações e trabalho voluntário da comunidade. As obras, embora fundamentais para evitar a perda total do imóvel, acabaram por descaracterizar alguns elementos originais, como o piso de peroba, o forro paulista, luminárias e detalhes internos. Ainda assim, o esforço coletivo permitiu recuperar o edifício para uso público. O Museu Histórico de Rio Branco do Sul foi reaberto em 4 de julho de 2008, fato amplamente registrado pela imprensa local. A forte participação comunitária nesse processo reforça o vínculo histórico e afetivo dos rio-branquenses com o prédio, símbolo da formação social, política e cultural do município.