Informações
Tipo de Entidade
Coletivo Cultural
Data de Criação
20/11/1995
E-mail da sede
mkindio@gmail.com
Nome do responsável pelo coletivo
Suzenalson da Silva Santos
Cargo do responsável
Coordenador
Breve história sobre o Ponto de Memória
O Museu Indígena Kanindé foi o primeiro museu indígena a ser criado no Ceará, em 1995, e, concomitantemente, o segundo museu indígena, no Brasil, pelo seu fundador, cacique Sotero. O criador do museu tinha como objetivo mostrar o índio à sociedade. Desde então, meados de 2011, o cenário do museu dos Kanindé vem chamando atenção principalmente por suas atividades realizadas em torno da educação escolar indígena e sua museologia indígena numa perspectiva coletiva. Formado a partir da grande paixão do Cacique Sotero em guardar e colecionar objetos que fizessem referência aos seus antepassados, seus costumes e modos de vida. O processo de formação do acervo se inicia ainda na década de 1990; portanto concomitantemente ao processo de afirmação étnica dos Kanindé (1995). É anterior a criação da Associação Indígena Kanindé de Aratuba - AIKA (1998) e da luta por uma educação diferenciada (1999). Poderíamos afirmar que entre os Kanindé, foi uma das primeiras experiências de afirmação da indianidade, pois foi criado “para contar a história do índio na sociedade”. (Cacique Sotero). O Museu Kanindé foi aberto ao público em 1996, após o acirramento da luta pela terra da Gia. Trata-se de um espaço de memória que retrata a história do povo indígena Kanindé, através dos seus objetos e da memória indígena local. Foi criado com o objetivo de contar as memórias dos troncos velhos para as novas gerações. Em seu acervo, há objetos representativos do modo de vida do povo Kanindé, que classifica aquilo que de fato é importante para a sua vivência em comunidade e coletividade. Os objetos estão individualmente ligados a significados e interpretações que remetem a um passado comum e, sobretudo, de organização étnica. Essa experiência se tornou referência no Brasil diante das diversidades de experiências museológicas não somente dos povos indígenas, mas de outras experiências também como fundamental na discussão de construção de uma museologia indígena. Desde 1995, quando cacique Sotero criou o museu Kanindé, o mesmo passou a ser um elemento essencial da identidade indígena do povo, numa perspectiva de construção coletiva, ao mostrar o próprio olhar do índio Kanindé sobre sua versão da história. O Museu Indígena Kanindé funcionou a princípio em um pequeno quartinho ao lado da casa de seu fundador. Cacique Sotero sempre apresentava com muita emoção os objetos guardados dentro daquele pequeno espaço físico, mas de muita importância para os Kanindé. Foi através dele que as principais ações, relacionadas à memória e ao patrimônio, foram sendo desenvolvidas. Foi no antigo espaço do Museu Kanindé que tudo começou: as formações, a limpeza dos objetos, a marcação e as outras atividades relacionadas ao museu e à escola diferenciada. Nesse processo de reorganização do Museu dos Kanindé nasce o desejo de que as ações pudessem ser mais eficazes para contribuir, inclusive, com formação dos jovens estudantes da escola diferenciada. Pensando nessa perspectiva, foi discutido a criação de um Núcleo Gestor e Educativo para o Museu Kanindé com o objetivo de delinear ações para o crescimento do papel educativo do museu. O Museu Indígena Kanindé tem sido fundamental nos aprofundamentos sobre a existência de museus indígenas no Ceará, no Nordeste e no Brasil chamando a atenção principalmente para a sua formação de acervo, sua representação acerca do falar sobre si mesmo: “ dos índios para os índios”, e, acima de tudo, seu processo de classificação dos objetos, que mostra uma etnografia própria de fazer e de realizar um museu com a contextualização dos seus processos de apropriação de ações pelos Kanindé através do Museu Indígena. Em 2020, o Museu dos Kanindé completou 25 anos e, em 2021, o Núcleo Educativo da instituição está completando 10 anos de existência. Premiado nacional e estadualmente, é uma referência dentre os museus indígenas do Ceará e uma das principais instituições museológicas comunitárias brasileiras. O museu Kanindé é o primeiro museu indígena do Estado do Ceará e o segundo do Brasil. Tal fato é um motivo de orgulho para a população do Sítio Fernandes. O Museu dos Kanindé foi a primeira organização educacional e cultural aberta ao povo da Aldeia Fernandes, entre os anos de 1995 e 1996. Com o acirramento da luta, principalmente pela terra, surgiu a AIKA e se iniciou o movimento por uma educação escolar diferenciada, em 1999. Ao longo da última década, nos tornamos uma referência nacional em relação aos museus indígenas brasileiros, fazendo também parte da Rede Indígena de Memória e Museologia Social, organizada em 2014, da qual somos uma das instituições formadoras. O Museu dos Kanindé foi a primeira organização educacional e cultural aberta ao povo da Aldeia Fernandes, entre os anos de 1995 e 1996. Com o acirramento da luta, principalmente, pela terra, surgiu a AIKA e se iniciou o movimento por uma educação escolar diferenciada, em 1999. Em 2005, a nossa escola indígena foi construída através de recursos públicos. Ao longo dos anos, organizados nessas instâncias – associação, museu e escola - desenvolvemos vários projetos voltados para o fortalecimento da cultura, da educação e da história do nosso povo, em prol de uma trajetória histórica de luta pelo direito ao bem-viver.
Público-alvo das ações promovidas
Crianças e jovens da escola indígena Manoel Francisco dos Santos; População indígena no território Kanindé; Escolas e universidade do Maciço de Baturité e estado do Ceará. Núcleo Educativo Museologia Kanindé.
Redes sociais
Breve descrição do Acervo
a) Coleção bibliográfica: (Novidades) (Acervo de livros e publicações); (Novidades) b) Coleção Arquivística: (Novidades) Categoria 1: Documentos manuscritos; (Novidades) Categoria 2: Documentos impressos; (Novidades) Categoria 3: Documentos hemerográficos; (Novidades) c) Coleção de Objetos: (Coisa dos índios/Coisa dos velhos/Coisa das matas) Categoria 1: Artefatos: (Coisas dos índios/Coisa dos velhos) Subcategoria 1: Achados Arqueológicos; (Coisas dos índios) Subcategoria 2: Técnicas artesanais; (Coisas dos índios/Coisas dos velhos) Subcategoria 3: Equipamento ritual; (Coisa dos índios) Subcategoria 4: Adorno corporal.(Coisa dos índios) Categoria 2: Equipamento musical; (Coisa dos velhos) Categoria 3: Equipamento para o trabalho; (Coisa dos velhos) Categoria 4: Equipamento doméstico e de uso pessoal; (Coisa dos velhos) Categoria 5: Numismática;(Novidades) Categoria 6: Zoológica; (Coisas das matas) a) Mamíferos;(Coisas das Matas) b) Répteis;(Coisas das matas) c) Peixes e Mariscos. (Coisas do mar) Categoria 7: Vegetal; (Coisas das matas) Categoria 8: Mineral; (Coisas das matas) Categoria 9: Fotográfica.(Novidades)
O Ponto já realizou o Inventário Participativo?
Sim
O Ponto possui Acervo?
Sim
Acervo
Catálogos, livros e outras encadernações impressas | Documentos | Documentos escritos | Documentos Imagéticos (Fotografias, mapas, etc..) | Objetos
O Acervo já foi inventariado?
Sim
O ponto possui acervos digitais?
Não
Relação com a comunidade de referência
Todas as atividades partem do convívio com a comunidade. A participação da comunidade indígena tem sido fundamental no desenvolvimento de estratégias de preservação da identidade indígena sendo ponte integral de estabelecimento entre os Kanindé no Ceará.
O ponto possui sede própria?
Sim
O espaço da sede é aberto ao público?
Sim
Já foi contemplado em algum edital do IBRAM?
Sim
Quais editais do IBRAM?
Edital Pontos de Memória edição 2011
Contemplado em outros editais públicos ou privados?
Sim
Contemplado em quais outros editais?
Edital I prêmio culturas indígenas no Ceará - Edição 2019; Edital II prêmio culturas indígenas no Ceará - Edição 2021; Edital Cultura viva - Lei de emergência cultural - Aldir Blanc - 2020; Edital Patrimônio Cultural - Lei de emergência cultural - Aldir Blanc - 2020.
Os integrantes participaram de ação do IBRAM?
Sim
Qual ação?
Curso: Museu, Memória e Cultura Digital
Data da ação
29/04/2016
Participaram de capacitação de outra instituição?
Não
O ponto promove atividades regulares?
Sim
Quais atividades?
Rodas de conversa com guardiões da memória; Mediação no espaço; Seminários.
A entidade promove ações de Capacitação?
Sim
Quais ações de Capacitação?
Auto Gestão da memória; Museologia indígena; Inventário Participativo; Saberes indígenas e saberes museológicos; Ação educativa; Museologia Social;
O ponto promove eventos abertos ao público?
Sim
Quais eventos?
Seminários; Rodas de Conversas; Trilhas ecológicas; Visitações.
O ponto faz parte de alguma Rede?
Sim
Qual Rede?
Rede Indígena de Memória e Museologia Social/RIMEMUS Rede Cearense de Museus Comunitários/RCMC
O ponto possui parcerias com poder público?
Não
O ponto possui parcerias com instituições privadas?
Não
O Ponto tem participação ativa em conselhos?
Sim
Quais conselhos?
Comitê Gestor de politicas culturais indígenas no estado do Ceará. Comitê Consultivo do Programa Pontos de Memória/IBRAM