Informações
Tipo de Entidade
Coletivo Cultural
Data de Criação
01/01/2022
E-mail da sede
adriana.capretz@fau.ufal.br
Nome do responsável pelo coletivo
Adriana Capretz Borges da Silva Manhas
Cargo do responsável
Coordenadora
Público-alvo das ações promovidas
Primeiramente, para os moradores que foram retirados à força de suas moradias e seu lugar, com todas as suas referências, bem como seus descendentes, para que saibam encontrar referências de suas origens. Também para os cidadãos em geral, que não possuem relação direta com a área (enquanto moradia) mas que tiveram também uma parte de Maceió extraída de seu território juntamente com todas as referências culturais que são de todos. Por fim, para os turistas, considerando que Maceió está entre os principais destinos turísticos do país, para que mais e mais pessoas tenham consciência da realidade de nosso país, a partir da história de uma cidade que não tem só belas praias, mas uma parte muito de sua história. Este Ponto de Memória é importante para que a cidade possa ter a compreensão de todo o seu território, já que teve uma grande parte de sua história e espaço físico amputados e para que possam ser resgatadas de alguma forma: 1. as sociabilidades estabelecidas (pelas igrejas, pelo comércio, pelo lazer) que extrapolaram a população local, pois constituíam redes de relações, pontos de encontros com moradores e não-moradores; 2. Como se davam as dinâmicas e microdinâmicas que existiam por conta do VLT, que foi desativado, bem como aquelas referentes à feira, às atividades das igrejas, ao ecossistema lagunar etc.
Breve descrição do Acervo
O acervo é constituído de 1. Vídeos com registros de histórias de vida da população que existiam nos bairros, suas fotos e objetos, bem como de trabalhadores de várias instituições (como escolas, hospitais, etc), comércios etc; 2. Acervo digital de fotos e vídeos do patrimônio material (arquitetura e equipamentos públicos) antes de toda a remoção, bem como das próprias ruínas enquanto existem, antes que sejam demolidas e uma nova configuração espacial surja; 3. Acervo fotográfico digital de fotos e vídeos das pessoas que configuravam a vitalidade ao lugar, constituída de moradores, estudantes das escolas, trabalhadores dos comércios e serviços que os cinco bairros abrigavam. 4. Mapeamento da área atingida, com indicação do patrimônio material e, em breve, das referências culturais. 5. Acervo de estudos, pesquisas, notícias e relatórios que vem sendo constituídos desde 2018, quando a tragédia teve início a partir do tremor de terra que deflagrou todo o processo de mineração irregular que vinha causando a alteração no subsolo da cidade havia quatro décadas. O ponto de Memória “Lugares de Maceió” na Memória tem um núcleo no Museu da Pessoa, que registra histórias de vida, onde está sendo organizado o acervo de histórias de vida de moradores da área - https://museudapessoa.org/ Conta ainda com os acervos de pesquisas que já vem sendo criados com os registros das mudanças ocorridas nos bairros e para os moradores, que são: Maceió Afundando – um mapa que mostra a área atingida pela subsidência em Maceió, divida por bairros e com a demarcação do patrimônio histórico mais conhecido. Este mapa irá receber também as referências culturais perdidas com as remoções, uma vez que os moradores que eram detentores dos saberes e fazeres (folguedos, artesanato etc.) foram dispersos. Este mapa se encontra em: https://www.google.com/maps/d/u/0/edit?mid=1CPhoT9LAUI-hZrjw0i42oPNV9teRX99B&ll=-9.615536360599414%2C-35.77154704999999&z=12 Repositório Tragédia em Maceió - reúne informações, dados e materiais que foi produzido sobre a tragédia sociourbanística em curso - https://repositoriotragediaemmaceio.wordpress.com/
O Ponto já realizou o Inventário Participativo?
Não
O Ponto possui Acervo?
Sim
Acervo
Catálogos, livros e outras encadernações impressas | Documentos | Documentos escritos | Documentos Imagéticos (Fotografias, mapas, etc..)
O Acervo já foi inventariado?
Não
O ponto possui acervos digitais?
Sim
Relação com a comunidade de referência
O Ponto de Memória “Lugares de Maceió na Memória” vem registrando Memórias de vida dos moradores dos cinco bairros de Maceió afetados pela subsidência (afundamento) em decorrência da mineração de sal-gema em Maceió. Este núcleo foi criado porque as pessoas foram expulsas de seus lugares, perdendo os laços de sociabilidade construídos ao longo da vida e atualmente estão separadas, distantes, o que coloca a memória coletiva em risco. Sem pessoas, não há memória. Várias dinâmicas urbanas foram perdidas, como aquelas relacionadas ao ecossistema lagunar, ao VLT etc. É um território central de Maceió que inclui bairros históricos e tradicionais que foi desativado e está vazio, em ruínas e sendo demolido. Atualmente, sem pessoas e em breve será também sem edificações. Quando as ruínas forem demolidas, não será mais possível se entender como era a região e com esta perda física, as memórias também serão afetadas. Os antigos moradores já não conseguem mais identificar onde eram suas casas. Assim, o núcleo terá função de ser um possível elo de ligação entre as pessoas e entre elas e o lugar. Este Ponto de Memória foi criado para que os cinco bairros que foram desmanchados (incluindo 15 mil unidades incluindo habitações, comércios e serviços que abrigavam cerca de 60 mil pessoas) - possam continuar existindo, por meio das memórias de quem lá vivia, estudava, trabalhava ou frequentava, uma vez que a região não está mais sendo vista em sua totalidade nem mesmo no mapa (depois da desativação e bloqueio de vias e o acesso virtual também foi impedido pelo Google Earth, Google Maps e Street View). Conforme os moradores forem desaparecendo, com o tempo, os únicos vestígios de existência de vida naqueles bairros serão as fotografias e vídeos e por isso se faz urgente e necessário se ter o registro das memórias das pessoas. Assim, este Ponto de Memória é importante para quem viveu nos bairros em algum momento da cidade, para que tenha como resgatar suas memórias, já que os lugares não mais existem. A intenção é que o núcleo promova futuramente ações constantes de capacitação de multiplicadores da metodologia de constituição dos acervos do núcleo, bem como eventos de divulgação deste acervo.
O ponto possui sede própria?
Não
Já foi contemplado em algum edital do IBRAM?
Não
Contemplado em outros editais públicos ou privados?
Sim
Contemplado em quais outros editais?
Editais de agências de fomento à pesquisa como o Edital Universal CNPq e de bolsas científicas para os orientandos das professoras Adriana Capretz Borges da Silva Manhas e Natalya Levino.
Os integrantes participaram de ação do IBRAM?
Não
Participaram de capacitação de outra instituição?
Sim
Qual capacitação?
Criação de Núcleos - Museu da Pessoa
Data da capacitação
21/05/2023
O ponto promove atividades regulares?
Sim
Quais atividades?
Palestras e eventos divulgados por meio de redes sociais dos membros.
A entidade promove ações de Capacitação?
Não
O ponto promove eventos abertos ao público?
Não
O ponto faz parte de alguma Rede?
Sim
Qual Rede?
Rede de Núcleos do Museu da Pessoa
O ponto possui parcerias com poder público?
Não
O ponto possui parcerias com instituições privadas?
Não
O Ponto tem participação ativa em conselhos?
Sim
Quais conselhos?
1. Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais do Ministério Público Federal 2. Movimento Unificado das Vítimas da Braskem.