Centro Espírita Obras de Caridade Príncipe Espadarte – Memorial da Madrinha Francisca

O Centro Espírita Obras de Caridade Príncipe Espadarte foi fundado em 23 de novembro de 1991 por Francisca Campos do Nascimento, conhecida popularmente como Madrinha Chica Gabriel. Este centro desenvolve suas atividades na linha de Daniel Pereira de Mattos, conhecida como “Barquinha”, utilizando a bebida Ayahuasca. Esta bebida foi trazida por seringueiros do coração da floresta amazônica, onde era milenarmente utilizada por indígenas de diversas etnias, e passou a compor a base de diversas religiões urbanas, partes integrantes do que há de mais tradicional na cultura acreana e rio-branquense. A partir dela, Raimundo Irineu Serra iniciou a primeira vertente ritual urbana, seguindo por Daniel Pereira de Mattos e José Gabriel da Costa. Assim, vários centros foram fundados e as Culturas Ayahuasqueiras se expandiram no Acre, em outros estados brasileiros e também em diversos países do mundo. A importância cultural e histórica da Ayahuasca para o universo cultural rio-branquense, acreano e brasileiro é inegável. Prova disso são os esforços empreendidos pelas várias esferas do poder público no sentido de valorizar e registrar suas diversas vertentes. No nível federal, em 2008, o Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) abriu processo de Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), diante da demanda de reconhecer e registrar os usos rituais da Ayahuasca como patrimônio imaterial da cultura brasileira. No estado do Acre, temos o Dia das Culturas Ayahuasqueiras, instituído em 2018, pela Assembleia Legislativa do Acre. Além disso, nos sistemas de cultura (do Acre e de Rio Branco), as Culturas Ayahuasqueiras estão incluídas como um dos segmentos da área de Patrimônio Cultural, figurando como um dos mais ativos nas discussões. Esses são apenas alguns exemplos, entre muitos outros. Além disso, conscientes de seu espaço na cultura, as comunidades ayahuasqueiras de Rio Branco têm realizado diversas ações de preservação e registro da memória, com pesquisas, publicações e organização de seus acervos em memoriais comunitários. O Centro desenvolve como atividade principal o atendimento as pessoas da comunidade local, do estado, do país e até do exterior, nas chamadas Obras de Caridade, todos às quintas-feiras e sábados, com estimativa de 200 atendimentos/mês. Realiza também as Romarias, no total de 05 (cinco) a cada ano: Romaria de São Sebastião; Romaria de São José; Romaria de Nossa Senhora; Romaria de Nossa Senhora da Glória e Romaria de São Francisco. Além das atividades citadas, são realizados ainda vários outros compromissos espirituais, seguindo um calendário ritualístico pré-definido. Além disso, a comunidade possui forte atuação na vertente cultural e de preservação do Patrimônio Histórico, realizando e participando de diversas atividades. Participamos de diversos eventos de formação (seminários, conferências e fóruns) de cultura: • Em 2010, através de diversos membros do Centro, participamos da organização e realização do “Seminário das Comunidades Ayahuasqueiras: construindo políticas públicas para o Acre”, que contou com o apoio da FGB e da Fundação Elias Mansour; (cópia folder) • Em 2006, participou do Seminário Ayahuasca – Grupo Multidisciplinar de Trabalho; (cópia folder) • Em 2012, participou do I Fórum Setorial das Culturas Ayahuasqueiras; (cópia folder) • Participou ativamente, através de sua representante, Flávia Burlamaqui, da II Conferência Internacional da Ayahuasca, desde as discussões iniciais sobre a participação da Câmara na Conferência, a convite do ICCERS, até a construção das três mesas que a Câmara Temática apresentou na Conferência. A representante do Centro mediou a mesa “Histórias e ‘causos’ dos mestres fundadores das comunidades tradicionais da ayahuasca: princípios e valores observados no cotidiano”, ocorrida em 20/10/2016. (programação em anexo) Também realiza diversas atividades culturais de caráter comunitário e projetos diversos voltados à preservação de nossa memória comunitária, por iniciativa própria e/ou contando com o apoio de editais públicos: • Nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2018 realizamos o evento “Lendas e Brincadeiras na Barquinha da Madrinha Chica”, um evento cultural, que incluiu música, teatro, capoeira, danças populares, além de brincadeiras tradicionais e comidas típicas. • Em 2006, aprovamos o projeto “Preservação e resgate do patrimônio – Centro Espírita Obras de Caridade príncipe Espadarte”, na Lei Estadual de Incentivo à Cultura; • Em 2007 publicamos o álbum “Francisca Campos do Nascimento – 50 anos de Missão: uma Vida de Devoção e Caridade”, em comemoração aos 50 anos da chegada de Madrinha Chica na Doutrina de Daniel Pereira de Mattos, que contou com o apoio da FGB; • Em 2007, aprovamos, na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o projeto “Resgate Histórico da Trajetória de Madrinha Francisca”, e fundamos nossa Casa de Memória, disponibilizando documentos históricos sobre a história do Santo Daime, da Barquinha e de nosso centro; • Em 2008, aprovamos o projeto “Casa de Memória Madrinha Francisca – Resgate Histórico do Santo Daime” no Edital 2008 do Fundo Municipal de Cultura e adquirimos mais equipamentos para a Casa de Memória e montamos uma exposição fotográfica permanente; • Em 2009, aprovamos o projeto “Agente Cultural das Comunidades Ayahuasqueiras” no Edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e realizamos o curso “Agentes Culturais das Comunidades Ayahuasqueiras”, que contou com a participação de todos os centros tradicionais de Rio Branco; • Em 2010, aprovamos o projeto “Preservação do Conjunto Arquitetônico do Centro Espírita Obras de Caridade Príncipe Espadarte” no Fundo Municipal de Cultura; • Em 2014, lançamos o livro “Francisco Gabriel do Nascimento: um centenário de luz”, através do projeto “Centenário de Francisco Gabriel do Nascimento: uma história da Ayahuasca e do Estado do Acre”, com recursos do Fundo Municipal de Cultura 2013; • Em 2015 aprovou o projeto “Francisca Campos do Nascimento: uma história de vida com a Ayahuasca” no Edital do Fundo Municipal de Cultura, que teve como produto o livro “Francisca Campos do Nascimento: uma caminhada de luz, amor e caridade”; • Em 2017 aprovou o projeto “Manutenção do Acervo da Casa de Memória Madrinha Francisca - Centro Espírita Obras de Caridade Príncipe Espadarte” no Edital do Fundo Municipal de Cultura, Etapa 1, realizando, em outubro de 2017, o tratamento, manutenção e acomodação de itens do acervo pessoal de Francisca Campos do Nascimento (Madrinha Chica) e do acervo geral do Centro; • Em 2017 aprovou o projeto “Aquisição de acervo bibliográfico para a Sala de Memória da Madrinha Francisca” no Edital do Fundo Municipal de Cultura, Etapa 4, executando-o em fevereiro e março de 2018, adquirindo novos títulos para o acervo da Sala de Memória da Madrinha Francisca, além de catalogar e organizar os títulos novos e os já existentes; • Em 2018, Francisca Campos do Nascimento recebeu o título de cidadã acreana, conforme Lei 3.403 de 27 de julho de 2018; • Em 2018, aprovou o projeto Fortalecimento do Memorial da Madrinha Francisca no Edital do Fundo Municipal de Cultura, realizando, de outubro de 2018 a fevereiro de 2019, diversas ações de pesquisa e manutenção do Memorial da Madrinha Francisca; • Francisca Campos do Nascimento recebeu, em 29 de dezembro de 2019, a Comenda da Volta da Empresa, honraria máxima concedida pela Prefeitura de Rio Branco para personagens importantes na construção das identidades culturais de Rio Branco; • Aprovou o projeto Preservação da Memória do Centro Espírita Obras de Caridade Príncipe Espadarte no Edital 2019 do Fundo Municipal de Cultura, executando-o de agosto a dezembro de 2019, realizando diversas ações de registro e pesquisa no Memorial da Madrinha Francisca; • Aprovou o projeto Biblioteca Musical I no Edital 2020 do Fundo Municipal de Cultura, executando-o de agosto a dezembro de 2020, organizando salmos e pontos em biblioteca digital; • Aprovou o projeto Biblioteca Musical II no Prêmio de Arte e Patrimônio, disponibilizado através da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, disponibilizado em 2020 pela FGB; • Aprovou o projeto Memórias Ayahuasqueiras no Edital 2022 do Fundo Municipal de Cultura, executando-o de agosto a dezembro de 2022, organizando acervo e realizando entrevistas.