Informações
Tipo de Entidade
Entidade Cultural
Natureza Jurídica
Associação
E-mail da sede
quilombosaopedropmemoria@gmail.com
Nome do responsável pelo coletivo
Fernando Feitosa Rodrigues
Breve história sobre o Ponto de Memória
Este histórico da comunidade Quilombola de São Pedro lança mão do Trabalho de Conclusão de Curso da pedagoga e quilombola Rosilandia de Souza Rodrigues, intitulado: “Panorama da educação na comunidade quilombola São Pedro no município de Castanhal Pará”, orientado pelo Professor Dr. Assunção José Pureza Amaral. Trabalho apresentado ao curso de Pedagogia da UFPA Campus Castanhal. De formação como aluna cotista de PSE Quilombola, Rosilandia de Souza traz como histórico da comunidade Quilombola São Pedro informações que no ano de 1998 havia, no município de Castanhal-PA, povoados próximos por nomes de Salva-Terra, Ducarmo, Pedra Nova, Boa Sombra, Santa Rosa, Sibemó e Pau Grande. Nessa época não existia ramal ou estrada que desse acesso ao Município de Castanhal. E os residentes daquela comunidade tínham que atravessar um espaço de 200 metros de igapó para chegar ao Quilombo mais próximo que era o Menino Jesus, atualmente conhecido como comunidade dos remanescentes de quilombos de Pitimandeua e assim chegar no km 4, 5 ou 9 da rodovia Castanhal-Inhangapí. No meado do ano 2000 já com algumas pessoas da comunidade São Pedro cursando o ensino médio, começaram a se organizarem, realizar reuniões, em busca de resgatar as origens e a cultura. Naquele tempo haviam cerca de 40 famílias que formavam a comunidade São Pedro, eram parentes e tinham uma única história de laços familiares e de seus ancestrais, a de terem sido escravizados, ou seja, éram descendentes de negros que foram escravizados. Nesse período os moradores da comunidade São Pedro começaram a se organizar e perceber as dificuldades que enfrentavam como: Falta de posto médico, abastecimento de água e escola, pois as crianças tinham que andar de 3 a 5 (três a cinco) quilômetros para estudar na escola que ficava mais próxima, no caso na comunidade de Pitimandeua. Assim, a comunidade se mobilizou para reivindicar seus direitos recorrendo aos órgãos competentes, como: INCRA, ITERPA, EMATER, MALUNGO, CEDENPA, PROGRAMA RAIZES, FUNDAÇÃO CURRO VELHO E FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES (informações no PPP da Escola FERNANDO NUNES, 2016). De acordo com dados coletados na Comunidade dos Remanescentes de Quilombolas São Pedro por alunos do quarto ano do ensino fundamental e pelo professor Fernando Feitosa Rodrigues (ambos sujeitos da escola pesquisada) junto aos moradores mais antigos da referida comunidade no ano de 2007, esta comunidade originou-se com a “fuga” de alguns negros africanos da chamada “casa grande “da dona Ana Maria na busca por liberdade. Entre os negros “foragidos” estavam Emiliano, Senhor Boa Sombra, João Pereira, Minervino, Maria da Conceição (tia Cota), Simão, Murilo Poutes, Duquinho e Coimbra (GUSMÃO, COLARES, 2006). Onde cada um dos africanos se fixaram em determinado local, dando a este o nome de sitio e usando o seu próprio nome para denominar o mesmo, sendo assim a atual comunidade dos Remanescentes de Quilombola São Pedro na época era designada de Sítio Boa Sombra, por conta de este ser o nome do patriarca que havia sido escravizado (RODRIGUES et al, 2007). Os sítios ou loteamento foram surgindo de acordo com o nome do mais velho da família, os escravizados patriarcas e matriarcas herdeiros eram, Sr. Emiliano, Srº. Boa Sombra, Srº, João Pereira, Sr. Minervino, Srª Maria da Conceição (conhecida por vó Cota), primeira parteira da comunidade, Srº Simão, Srº Dorico Pontes, Srº Duquinha e Srº Coimbra. Estes viviam e trabalhavam em suas próprias terras (Depoimentos de Francisca Oliveira Gusmão “mãe” Chica; Luiz Colares “pai” Lili e Alfo Pontes). Ainda de acordo com relato de Francisca Oliveira Gusmão, Luiz Colares e Alfo Pontes, essas famílias foram se expandindo, de forma que os mesmos se uniram em matrimônio tornando-se um grande grupo de pessoas, formando uma grande comunidade. Com o passar dos anos e a união dos moradores por matrimônio o povoamento no lugar foi se expandindo, tendo na produção e no plantio da mandioca, na colheita da castanha do Pará, do açaí, da retirada de cipó e do guarumã suas principais fontes de subsistência. A economia interna nessa comunidade é alimentada pela venda de frutos coletados na floresta ou sítio como: castanha, uxi, piquiá, marí, dentre outros, cultivo da mandioca e de seus derivados. Tudo produzido e coletado nessa comunidade constitui um perfil de economia de subsistência, onde o excedente é comercializado com as comunidades vizinhas ou até mesmo, no centro urbano mais próximo (RODRIGUES; RODRIGUES, 2015). As famílias se alimentam de produtos agrícolas produzidos na própria comunidade e também de produtos industrializados comprados na cidade, sendo a produção da farinha de mandioca e colheita de frutíferas e açaí suas principais fontes de subsistência (REIS, 2006). Com o crescimento da comunidade e o passar dos anos foi realizada uma reunião na casa do morador Pedro Cirilo Rodrigues, patriarca da referida comunidade. Nessa época a comunidade ainda não era denominada como Quilombo São Pedro e sim como Vila Bacuri, sendo que passou a designar-se como Comunidade Quilombola São Pedro a partir da realização da referida reunião na qual os moradores começaram a se organizar enquanto comunidade quilombola, formando assim a Associação dos Remanescentes de Quilombolas São Pedro, pois os moradores no intuito de serem reconhecidos como cidadãos castanhalenses assim se organizaram. A Associação dos remanescentes de Quilombolas São Pedro foi fundada no dia 13 de maio de 2005 (RODRIGUES et al, 2007). A organização de associações quilombolas é essencial para as comunidades serem reconhecidas e tituladas como comunidades quilombolas, podendo assim serem comtempladas pelas conquistas constitucionais, de 1988. A formação de associações em comunidades quilombolas é um meio de reconhecimento e obtenção de direitos dessas comunidades. Vale ressaltar que a referida reunião contou com a participação da Empresa Municipal de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) (RODRIGUES et al, 2007). A luta dos moradores da comunidade era a de serem reconhecidos como descendentes de quilombolas, pois mesmo antes de serem reconhecidos oficialmente como descendentes de quilombolas os moradores da referida comunidade já se reconheciam e se identificavam como tal, e por conta de assumirem e reconhecerem essa identidade é que os moradores lutavam por reconhecimento perante a sociedade, sendo assim os moradores buscaram parcerias com outras comunidades como a de Itaboca, Cacoal e Quatro Bocas e a de Petimandeua, na época também comunidades em busca de reconhecimento como descendentes de quilombolas, (RODRIGUES, et al 2007). Voltando a luta da comunidade por reconhecimento, após poucos dias a promessa a qual o senhor Dr. Emídio havia feito, que era trazer jornalistas à comunidade para ouvir os moradores para organizar e narrar a história da comunidade São Pedro para toda a sociedade, principalmente a sociedade castanhalense, se cumpriu. Os jornalistas vieram, ouviram os moradores, tiraram fotos, enfim foi uma grande conquista da comunidade, pois sabíamos que a partir daquele momento, da realização da “reportagem” a história iria mudar (REIS, 2006). Os dias se passaram e os moradores não víam a hora de receber a revista com a reportagem pronta, o anseio da nossa comunidade pelo seu reconhecimento e pertencimento era indescritível. Sendo que a resposta não tardou em chegar, pois a comunidade dos Remanescentes de Quilombola São Pedro recebeu do jornal Independe a revista na qual continha a reportagem referente a história e reconhecimento da comunidade enquanto comunidade quilombola oriunda e pertencente ao município de Castanhal, sendo que utilizaram como título dessa reportagem a frase “A colônia Quilombola que Castanhal não conhecia” (Reportagem disponível no anexo deste trabalho). Em resposta aos nossos anseios e de nossos companheiros de luta no ano de 2004 saiu no Diário Oficial da União n. 43, no dia 04 de março de 2004, a publicação da certidão de reconhecimento Quilombola da Comunidade São Pedro, Castanhal. Para que um quilombo receba sua certificação é necessário que seu grupo étnico tenha vivência relacionada às terras que ocupam, território, ancestralidade, e as tradições e práticas culturais. O interesse pela preservação desse patrimônio assegura a eles condições especificas de potencialização de sua capacidade autônoma, desenvolvimento econômico, valorização da cultura e a garantia de seus direitos territoriais (RODRIGUES; RODRIGUES, 2015, p. 9).
Público-alvo das ações promovidas
Propria comunidade, NEABs, Escolas da rede pública, escolas da rede privada, movimentos sociais e defensores dos Direitos Humanos
Breve descrição do Acervo
Quilombo são Pedro tem arquivos de fotos de eventos, área de cultivo de plantas medicinais para fins didáticos e funcionais, trilha quilombola, espaço de contaçã de historico e histórias quilombolas, salão de reuião e eventos, rios e trilhas como patrimonio histórico e natural, casas de farinha, biblioteca afro
O Ponto já realizou o Inventário Participativo?
Não
O Ponto possui Acervo?
Sim
Acervo
Catálogos, livros e outras encadernações impressas | Documentos | Documentos Imagéticos (Fotografias, mapas, etc..) | Objetos
O Acervo já foi inventariado?
Não
O ponto possui acervos digitais?
Não
Relação com a comunidade de referência
Sim a partir da rede de pontos de memória
O ponto possui sede própria?
Sim
O espaço da sede é aberto ao público?
Sim
Já foi contemplado em algum edital do IBRAM?
Não
Contemplado em outros editais públicos ou privados?
Não
Os integrantes participaram de ação do IBRAM?
Não
Participaram de capacitação de outra instituição?
Sim
Qual capacitação?
Conselheiros municipais de igualdade racial
O ponto promove atividades regulares?
Sim
Quais atividades?
Educação Escolar Quilombola , encontro da Juventude Quilombola, atividades religiosas.
A entidade promove ações de Capacitação?
Sim
Quais ações de Capacitação?
Educação Quilombola e liderança jovens.
O ponto promove eventos abertos ao público?
Sim
Quais eventos?
Áreas de educação, cultura, saúde e alimentação tradicional com as feiras quilombolas.
O ponto faz parte de alguma Rede?
Sim
Qual Rede?
Rede Vagalume - Incentivo a Leitura e Organização de Bibliotecas. Programa Universidade no Quilombo NEAB UFPA Castanhal PPGEAA UFPA - Coletivo Espiar e Curiar - Rede de Pontos de Memória.
O ponto possui parcerias com poder público?
Sim
Quais parcerias com poder público?
SEMED CASTANHAL SECULT CASTANHAL
O ponto possui parcerias com instituições privadas?
Não
O Ponto tem participação ativa em conselhos?
Sim
Quais conselhos?
Conselho Municipal de Igualdade Racial, Conselho Municipal da Merenda Escolar, Conselho Municipal de Educação.
Localização
Estado
Endereço da Sede
Comunidade Quilombola Sao Pedro - Bacuri - Castanhal - Pará