Centro Juvenil de Artes Plásticas

A história da criação do Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP) está ligada ao idealismo do entusiasta, educador e artista Guido Viaro. Graças aos seus esforços em possibilitar à criança a oportunidade de pintar é que se atribui não só o surgimento deste Centro de Artes, mas também o início da trajetória da arte-educação no Paraná e no Brasil, precedendo as Escolinhas de Arte. O mestre e artista Viaro tinha por meta estimular a criança a gostar da arte por meio do “fazer a arte”, e assim despertar a criatividade com perspectiva de contribuir para o desenvolvimento e formação do caráter humano. Ele pensava que a arte não deveria ser privilégio de alguns, mas algo a que crianças de toda a comunidade tivessem acesso. Ele afirmava: “Nas escolas de bairro encontrei crianças com grande sensibilidade que expressavam com total pureza e espontaneidade seu mundo interior. E à criança se deve prestar o maior respeito. Já se foi o tempo em que os adultos a oprimiam”. (Viaro, 1956). Em 1953, como parte das comemorações do centenário da Emancipação Política do Paraná, o professor Guido Viaro, junto com outros professores e pedagogos, entre eles a professora Eny Caldeira, organizaram uma exposição com cerca de mil trabalhos de arte infantil, que foram selecionados de um total de 13 mil trabalhos elaborados por crianças entre 6 e 14 anos, de diversas escolas públicas do Estado. O sucesso da mostra foi tanto que acabou influenciando algumas decisões e definições quanto à Antiga Escola de Arte de Viaro, vindo a denominar-se pouco depois Centro Juvenil de Artes Plásticas, ligado ao Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Paraná, de acordo com o Decreto 9628 publicado no Diário Oficial de 16 de junho de 1953. Viaro visava proporcionar à criança a oportunidade de pintar, mas sem preocupação com a nota, pelo prazer de estar em confidência com ela mesma. Entre as crianças, a preocupação nunca foi procurar desenhistas ou artistas, mas despertar e formar pessoas de sensibilidade apurada, capazes de perceber a beleza da forma, da cor, a proporção e equilíbrio da composição, desenvolvendo as habilidades visuais e motoras, o gosto artístico e estimulando-as ao aperfeiçoamento de seu trabalho criativo. Inicialmente, o CJAP oferecia cursos de pintura e cerâmica. Com o passar dos anos novas técnicas e conhecimentos foram incorporados às oficinas, como xilogravura, desenho, pirogravura, teatro, gravura, tecelagem, entre outros. Paralelo a isso, acontecia a interiorização da Secretaria de Estado da Cultura e todos os setores deveriam apresentar projetos que levassem suas atividades ao interior do Estado. Lançou-se então uma proposta de criação de novos centros, que funcionariam nos moldes do CJAP da capital, cabendo a cada município a responsabilidade de funcionamento do seu Centro de Artes, os quais deveriam enviar relatórios mensais de suas atividades à direção, na capital. Atualmente eles deixaram de existir. Em 1956, o Decreto 6.177 oficializou o Centro Juvenil de Artes Plásticas, que funcionava em condições experimentais no sótão da Escola de Música e Belas Artes e no subsolo da Biblioteca Pública do Paraná, onde permaneceu até 1989, quando passou para sua sede própria na Rua Mateus Leme, nº 56, Curitiba, Paraná. Exposição na Década de 90A existência do CJAP era considerada de fundamental importância porque supria um espaço cultural educativo, no qual a população infantil encontrava, na educação por meio da arte, a liberdade de criação. Este Centro de Artes passou a ser então, um ateliê livre e um laboratório em que a criança podia desenvolver sua criatividade. Já modificadas as primeiras finalidades, o aluno desta época era um frequentador que participava de diversas oficinas. Nos anos 1990 uma percepção inovadora de educação instaurou uma consciência mais clara sobre os fatos vividos e fez desenvolver e assumir uma postura mais crítica cujos reflexos vêm contribuindo para a transformação da prática social. Isto veio desencadear mudanças nas formas de pensamento, fazendo-se necessário repensar e complementar o ensino da arte. Entre 2004 e 2006 o CJAP funcionou no Museu Alfredo Andersen enquanto o prédio de sua sede passava por reparos urgentes. O novo e definitivo espaço foi inaugurado em 30 de junho de 2006.