Informações
Tipo de Entidade
Entidade Cultural
Natureza Jurídica
Sem fins lucrativos
Público-alvo das ações promovidas
Instituição de educação de nível superior, escola publicas, equipamentos públicos, grupos culturais, organizações do Movimento Negro, Povos e comunidade Tradicionais de Matriz Africana, Comunidades quilombolas, Territórios Afro-periféricos, Comunidade Local.
Redes sociais
Breve descrição do Acervo
O Ilê da Oxum Apará é uma comunidade tradicional de matriz africana e instituição jurídica sem fins lucrativos e de Utilidade Pública Municipal, fundada em 1972. Possui sede e foro na rua Carlito José da Silva, 56 CEP: 23821-760 , Santa Cândida no Município de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro - Brasil. Coexistimos em um espaço tradicionalmente ocupado de aproximadamente 50 mil m², onde cultura, meio ambiente e sociedade interagem de forma interdependente. Nosso espaço é histórico-antropológico, étnico-ecológico, étnico-botânico, de salvaguarda da biodiversidade, da cultura e dos cultos tradicionais de matriz africana. Nosso comprometimento é com a promoção das relações étnico-raciais e com o conceito de bem comunitário, a partir da noção atual de reparação histórica aos danos causados pelo holocausto da escravização africana transatlântica Desse modo, o fundamento da nossa existência é corroborar junto a superação de alguns problemas humanitários, tais como: racismo estrutural e suas formas correlatas; vulnerabilidade social e econômica; hegemonia cultural eurocêntrica e etnocentrismo; colonialidade do ser, do poder e do saber; destruição das territorialidades tradicionais de matriz africana e seu meio ambiente; epistemicídio e semiocídio. Nossos valores são os princípios culturalmente estruturantes, as cosmologias, os processos históricos, os valores civilizatórios, as dinâmicas sociais, as epistemologias, as filosofias e as ontologias que compõe o legado dos povos tradicionais de matriz africana para a humanidade, bem como, o legado e a memória do Babalorixá Jair de Ogum. Nossa visão busca um horizonte em que possamos contribuir para uma consciência humanitária capaz de reafirmar e reconhecer a importância do legado dos povos tradicionais de matriz africana para a humanidade, consideradas a partir da totalidade das experiências que contemplam a vida. Nossa missão se fundamenta em: promover a justiça e a equidade racial, cultural, social, política e econômica; contribuir para uma educação afrocêntrica, Kilombista e antirracista; atuar para existência e o resgate cultural, histórico, civilizatório, social e político das comunidades tradicionais de matriz africana; reafirmar e valorizar a cultura, a identidade, os modos de vida e a produção de conhecimento das comunidades tradicionais de matriz africana; contribuir para o empoderamento intelectual, estético, psicossocial e emocional da população afrodescendente; trabalhar em prol da preservação, manutenção e continuidade da memória, do legado e do patrimônio material e imaterial do Babalorixá Jair de Ogum; manter este espeço tradicional em benefício dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e afro-brasileira; consolidar possibilidades para a sustentabilidade econômica da comunidade. Dessa forma, contribuímos para a promoção dos direitos humanos, da equidade racial, da garantia de direitos fundamentais, da justiça social, da cidadania plena, do exercício da democracia, da preservação ambiental e do resgate da história e da memória. Para tanto atuamos na área cultural, histórica, educacional, política, social, artística, ambiental, intelectual, filosófica, científica e assistência social no desenvolvimento de projetos, programas, fóruns, formações, oficinas, palestras, ações sociais, feiras, eventos, exposições e festivais. Lélia de Almeida Gonzalez, uma das co-fundadoras do Ilê da Oxum Apará e integrante permanente desta comunidade, se junta novamente à massa de origem no de 1994. Neste mesmo ano, é doada ao Ilê da Oxum Apará parte de sua memória materializada, tais como: fotografias, cartazes, postais, cartas, livros, textos datilografados, manuscritos, documentos pessoais, jornais, títulos, diplomas, medalhas e quadros. As narrativas orais transmitidas pelo Babalorixá Jair de Ogum, amigo e conselheiro de Lélia, revelam um desejo muito especial e particular: a existência de um espaço para estudos e pesquisas em seus livros e pensamentos. De acordo como Babalorixá Jair de Ogum, este desejo foi carinhosamente manifestado durante a existência de Lélia no Ayê (mundo com limites) - e também confirmada a partir de sua existência no Orún (mundo sem limites). A chegada da memória materializada de Lélia Gonzalez ao Ilê da Oxum Apará, esteve sempre fundamentada e comprometida com este desejo. Mesmo sem êxito na busca por parcerias e recursos para a realização do desejo de sua filha e amiga, em 2002 com seus próprios recursos, o Babalorixá Jair de Ogum inaugura o Acervo Cultural do Ilê da Oxum Apará e nele: o Memorial Lélia Gonzalez; o Memorial Jair de Ogum; o Memorial Sandra Bréa; uma Biblioteca e vasto acervo etnográfico composto por peças de arte e artesanato como: estatuetas, esculturas, telas, louças e artefatos do cenário artístico e cultural africano, ameríndio, afro-brasileiro e greco-romano. Entre os acervos, memoriais e biblioteca, estima-se o quantitativo de vinte mil peças. Dessa forma, o Acervo Cultural do Ilê da Oxum Apará possui vasto campo para pesquisas científicas e produções culturais. Podemos destacar algumas produções que foram ou que estão sendo elaboradas a partir desta possibilidade, sendo elas: a biográfica Lélia Gonzalez: Feminismo Negro no Palco da História; o artigo Ilê da Oxum Apará: identidade, memória e afrocentricidade; as dissertações O menino Jair de Ogum e o Ilê da Oxum Apará, Ilê da Oxum Apará: outras possibilidades analíticas para compreensão das dinâmicas civilizatórias africanas no Brasil, Cerâmica Marajoara: ressemantização afro-indígena na comunidade tradicional de matriz africana Ilê da Oxum Apará; e o trabalho Ilê da Oxum Apará Território de Biodiversidade e Sustentabilidade: as plantas medicinais como forma de existência bioancestral das comunidades tradicionais. Desde o ano de 2020, o Ilê da Oxum Apará está permanente mobilizado em ações direcionadas para a manutenção e conservação das peças e da estrutura de seu acervo. Em decorrência do custo elevado para o devido trato, acondicionamento e reforma dos acervos, memoriais e ambientes, ações de mobilização coletiva e voluntárias têm sido incentivadas e desenvolvidas. Estas ações desempenham a limpeza mecânica, o estanque de degradação, a contingência de dano e o controle de avaria. Concomitante a esta mobilização e como forma de atrair visibilidade às necessidades estruturais de seu Acervo Cultural, o Ilê da Oxum Apará realiza exposições e circulações culturais em diferentes municípios do Rio de Janeiro, com diferentes formas de abordagens e em diversificados espaços de interação cultural, educacional, social e política. A exposição do Acervo Cultural do Ilê da Oxum Apará. Lélia Gonzalez Mulher Ancestral: o ativismo afro-periférico de Lélia Gonzalez, apresenta uma abordagem inovadora acerca das narrativas academicamente construídas sobre o legado de Lélia Gonzalez. Esta exposição revela parte da vida de Lélia que, apesar de determinante para sua existência e influenciar todo seu legado, é pouquíssimo conhecida, difundida ou pesquisada. Inicialmente entendemos que Lélia Gonzalez era uma pessoa extremamente comprometida com as tradições de matriz africana. Em seguida, percebemos que o ativismo de Lélia Gonzalez foi construído e esteve sempre direcionado mais para as bases populares do que para o mundo acadêmico. O método adotado para a realização desta exposição é de uma exposição cultural interativa e imersiva, de modo que o público conheça o legado de Lélia Gonzalez a partir de uma percepção multissensorial. Por diferentes perspectivas, em uma dimensão participativa e colaborativa. Para tanto, serão desenvolvidos: círculos de diálogos e palestras; leituras e interpretações de jornais, textos e cartas; exposição de cartazes, jornais, fotografias e postais; atividades pedagógicas com discentes do ensino médio; visita guiada com discentes do ensino fundamental; exibição de documentários; e intervenções culturais. Reiteramos que este importante e singular Acervo Cultural e Memorial da História do Brasil existe há quase 30 anos sob preservação em uma comunidade tradicional de matriz africana, aberto cotidianamente ao público geral.
O Ponto já realizou o Inventário Participativo?
Não
O Ponto possui Acervo?
Sim
Acervo
Catálogos, livros e outras encadernações impressas | Documentos | Documentos escritos | Documentos Imagéticos (Fotografias, mapas, etc..) | Objetos
O Acervo já foi inventariado?
Não
O ponto possui acervos digitais?
Sim
Relação com a comunidade de referência
Sim
O ponto possui sede própria?
Sim
O espaço da sede é aberto ao público?
Sim
Já foi contemplado em algum edital do IBRAM?
Não
Contemplado em outros editais públicos ou privados?
Sim
Contemplado em quais outros editais?
VIII e XIII concurso de projetos para capacitação solidária profissional de jovens/Associação de Apoio ao Programa Comunidade Solidária; Convênio Fundação CSN e Comitê de Democratização da Informática; Itaú Comunidades Presentes; Favela e Universidade: Laboratório de Inovação Cidadã-UFRJ; Percursos Negros-Diáspora Black; Territórios Antirracistas para a Promoção da Igualdade Racial-SEGOVI-Rio e Cultura Presente nas Redes II; Povos Tradicionais Presentes e Retomada Cultural II da SECEC-RJ.
Os integrantes participaram de ação do IBRAM?
Não
Participaram de capacitação de outra instituição?
Não
O ponto promove atividades regulares?
Sim
Quais atividades?
Mais Educação Afro-dialógicas; Vivências Afroecológicas; Ciclo de Celebrações Tradicionais de Matriz Africana; Turismo Étnico Pedagógico no Ilê da Oxum Apará; Rota Cultural Científica: Da Pequena África ao Ilê da Oxum Apará; Exposição do Acervo do Ilê: vida, obra e legado do Babalorixá Jair de Ogum; Exposição: vida e legado de Lélia Gonzalez; Sarau: Poesias Ancestrais; Movimento Pés no Chão nos Caminhos da Ancestralidade; Feira Social no Ilê da Oxum Apará
A entidade promove ações de Capacitação?
Sim
Quais ações de Capacitação?
Ciclo de Seminários e Letramento Étnico-racial;
O ponto promove eventos abertos ao público?
Sim
Quais eventos?
Ajeun: culinária africana e afro-brasileira; Semeando o Futuro: curso de auxiliar de jardinagem; Escola de Informática e Cidadania; Mais Educação Afro-dialógicas; Vivências Afroecológicas; Ciclo de Celebrações Tradicionais de Matriz Africana; Turismo Étnico Pedagógico no Ilê da Oxum Apará; Rota Cultural Científica: Da Pequena África ao Ilê da Oxum Apará; Exposição do Acervo do Ilê: vida, obra e legado do Babalorixá Jair de Ogum; Exposição: vida e legado de Lélia Gonzalez; Sarau: Poesias Ancestrais; Movimento Pés no Chão nos Caminhos da Ancestralidade; Feira Social no Ilê da Oxum Apará
O ponto faz parte de alguma Rede?
Sim
Qual Rede?
Fórum Ubuntu-Fórum de Mobilização do Movimento Negro Contra o Racismo e o Fascismo; Rede Afrocarioca de Turismo de Base Comunitária; Rede Emunde-se – Rede Mundial de Étnico Empreendedorismo;
O ponto possui parcerias com poder público?
Sim
Quais parcerias com poder público?
NIFAN-Núcleo de Investigação de Filosofias Ancestrais (IFHICS-UFRJ); Leafro-Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros (UFRRJ); Quem é você? Patrimônio e Identidade (UFRJ); Conjuntura Nacional e Luta Contra o Racismo (UFRRJ); Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica na Baixada Fluminense (FEBF-UERJ); NEGRA – Núcleo de Estudos Guerreiro Ramos (UFF).
O ponto possui parcerias com instituições privadas?
Não
O Ponto tem participação ativa em conselhos?
Sim
Quais conselhos?
Conselho Municipal de Políticas Culturais de Itaguaí na cadeira de História Cultural e Memória; Conselho da Escola Municipal Fazenda Santa Cândida; Fórum Permanente de Cultura da Costa Verde
Localização
Estado
Endereço da Sede
Rua Carlito José da Silva, 56. Santa Cândida