Museu da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro

O Museu da Polícia foi previsto no projeto de construção da nova Central da Polícia Civil do Distrito Federal concluída em 1910 e, hoje, considerada o Prédio Histórico da Polícia Civil. Materializou-se em 02.02.1912, junto com a Escola de Polícia, contribuindo para auxiliar nas aulas práticas para a formação de policiais. O Museu do Crime fora incluído no projeto de reformulação geral da instituição policial do início do século vinte. Com o tempo, o Museu coletou vasto material relacionado à atuação da polícia em diversas áreas como a Investigação, Criminalística, Medicina Legal, Polícia Política e polícia ostensiva uniformizada. No acervo destacam-se objetos interessantes apreendidos pela polícia entre 1937 e 1945, no Estado Novo, como calçados infantis com desenho da cruz suástica, bandeira e flâmulas nazistas, material de propaganda do Partido Comunista e da Ação Integralista e o mobiliário original do gabinete do Chefe de Polícia, datado de 1910. Existe, também, uma coleção de armas de diversas épocas e objetos relativos à falsificações e toxicologia, além de peças que contam a História da Polícia Civil do Rio de Janeiro, intimamente ligada à História do Brasil e da sua atuação durante uma existência quatrocentona, iniciada no exercício da polícia judiciária no Rio em 1619. O historiador Adler Homero Fonseca de Castro em visita ao Museu lembrou da importância do tombamento de muitas dessas peças pelo valor etnográfico. Pertence ao Museu da Polícia Civil uma importantíssima coleção constituída por objetos de cultos afro-brasileiros, recolhidos pela polícia no início do século XX, por força da legislação vigente na época e especialmente do art. 157 da lei penal que reprimia "o espiritismo, a magia e seus sortilégios,..." e, também, de um contexto no qual se integravam a política repressora do Executivo, a condenatória do Judiciário, com os aplausos de órgãos da Imprensa. Reconhecido o valor etnográfico desse patrimônio, foi transferido para o museu e preservado até 1938, quando o Delegado Sylvio Terra fez gestões junto ao recém criado IPHAN objetivando o seu tombamento definitivo. Essa coleção, em ótimo estado de conservação, permaneceu exposta no Museu da Polícia Civil do Rio de Janeiro até 1999 e volta a integrar a exposição permanente após a restauração do Prédio Histórico, sede do Museu, iniciada em 2010. O Museu da Polícia Civil tem como objetivo o resgate da memória da instituição policial, através da aquisição, preservação, pesquisa, exposição e difusão de evidência de sua história. Desde a década de 90 como museu histórico é uma instituição pública e um espaço cultural aberto à sociedade, integrando-se no corredor cultural do Centro da cidade.