O imponente edifício localizado na Praça Tiradentes foi construído entre 1785 e 1855, destinado à nova sede do poder municipal. De autoria do capitão-general Luís da Cunha Meneses, o projeto foi concebido já durante o declínio da atividade mineradora na região. As sete décadas de construção permitiram a incorporação de diversas influências arquitetônicas, conferindo ao prédio um caráter singular. O edifício funcionou como Casa de Câmara e Cadeia por 25 anos, passando, posteriormente, a abrigar exclusivamente a Cadeia. Em 1938, com a construção da Penitenciária de Neves nas proximidades de Belo Horizonte, o prédio foi desocupado e sua posse transferida à União, para nele instalar o museu. Um dos salões foi destinado à criação do Panteão dos Inconfidentes, inaugurado em 21 de abril de 1942. Pouco depois, por meio de decreto-lei do governo federal, foi oficialmente criado o Museu da Inconfidência, com instalação definitiva em 11 de agosto de 1944, ao término das obras de adaptação do edifício à nova função.
Transformações Espaciais
Em 1938, com a doação do prédio ao governo federal, foi realizado um restauro que visava reverter as modificações feitas em 1907 para adaptação do imóvel à Penitenciária Estadual. O projeto original do século XVIII foi retomado, incluindo a restauração integral da cobertura, reinstalação de assoalhos, recuperação de forros e reboco, além da modernização das redes elétrica e sanitária. Em 1974, teve início um extenso trabalho de reformulação da área expositiva. Em 2006, o museu passou a contar com infraestrutura acessível, como rampa lateral, elevador e bebedouros adaptados, além da renovação da exposição, com circuito renovado e abordagem atualizada da história da Inconfidência.
Setorização
O edifício principal do Museu da Inconfidência abriga a exposição de longa duração. No Anexo I, encontram-se o auditório, a reserva técnica e a Sala Manoel da Costa Athaíde, destinada a exposições de curta duração. O Anexo II reúne os setores administrativos, o laboratório de conservação e restauração, além dos setores técnicos, segurança e serviços gerais. Já a Casa do Pilar concentra o arquivo histórico e de museologia, a biblioteca, o setor educativo e o almoxarifado.
Espaços Expositivos
A exposição de longa duração do Museu da Inconfidência está distribuída em 17 salas localizadas no edifício principal. O circuito expositivo segue o sentido horário no primeiro pavimento e o sentido anti-horário no segundo. Cada sala apresenta uma temática específica, em consonância com o acervo ali exposto e seu contexto histórico. A Sala Manoel da Costa Athaide, localizada no Anexo I, é destinada a exposições de curta duração. O espaço conta com paredes brancas e piso de madeira, oferecendo versatilidade para a instalação de diferentes propostas expositivas.
Área Construída do Conjunto
Museu da Inconfidência: 2511,00 m² | Anexo I e II: 896,46 m² | Casa do Pilar: 704,80 m²
Conjunto Arquitetônico
Composto pelo edifício principal (antiga Casa de Câmara e Cadeia de Ouro Preto), o Anexo I e II e a Casa do Pilar.
Edificação de dois pavimentos com planta em formato retangular. A fachada principal destaca-se pelo frontispício encimado por torre sineira, ladeado por escadarias simétricas que conduzem à entrada. Nos cantos da platibanda, encontram-se quatro esculturas em cantaria, que reforçam o caráter monumental da construção.
Sistema Construtivo
Piso em pedra e madeira, paredes em pedra e cal e cobertura em telhas recurvas do tipo antiga de cerâmica e com forro em madeira. Balcões com balaústres em ferro e esquadrias de madeira e grades. Escada externa em pedra.
