Projetado pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa, o Museu das Missões foi por muito tempo o único dedicado ao tema das missões jesuíticas. Sua criação tem origem a partir da visita do arquiteto às ruínas das reduções, que começaram a ser abandonadas em meados do século XVIII. Lúcio sustenta a argumentação pela fundação de um museu símbolo das missões jesuíticas no Brasil. A criação oficial do museu ocorre em 1940, integrando a política do governo federal de criação de museus organizados fora dos grandes centros urbanos e, no seu caso, com a finalidade de reunir remanescentes históricos e arquitetônicos dos povoados missionais dos séculos XVII e XVIII, e atualmente, de valorizar os descendentes dessa história, os índios Guarani.
Transformações Espaciais
O Museu das Missões é composto por duas edificações: o Pavilhão Lúcio Costa, concebido para abrigar as obras de arte, e a Casa do Zelador, originalmente de uso residencial. Pouco após sua inauguração, as alas do Museu foram fechadas com painéis de vidro transparente para proteger o acervo. Em 1983, após o tombamento pela UNESCO, tem início uma série de reformas estruturais. No ano de 2004, há um processo de requalificação do Museu e, em 2006, a Casa do Zelador passa a ser utilizada como espaço expositivo, de administração e de atividades técnicas do Museu. Em abril de 2016, o museu sofre danos causados por um tornado, sendo recuperado com reforma da cobertura do Pavilhão, melhorias nas esquadrias, instalação de filtros UV na área expositiva e portas automáticas deslizantes.
Setorização
O Pavilhão Lúcio Costa abriga a exposição de longa duração do museu, com três salas expositivas, e conecta-se à guarita de entrada do Sítio Arqueológico. Já a Casa do Zelador dispõe de sala de exposição, sala destinada à área técnica, Reserva Técnica, sala da administração, um banheiro/mini copa e um pátio interno.
Espaços Expositivos
O projeto de Lúcio Costa para o Sítio São Miguel Arcanjo é amplo e possui um forte caráter educativo. No que se refere ao museu, destaca-se sua função interpretativa, que une a arquitetura e a museografia: a edificação modernista, com fachadas envidraçadas e transparentes, cria uma integração que contrapõe as imagens expostas no museu às ruínas da antiga Igreja. O museu reúne em um só lugar esculturas de madeira policromada e fragmentos arquitetônicos das Reduções Jesuíticas dos Guarani.
Área Construída do Conjunto
717,00 m²
Conjunto Arquitetônico
O conjunto é formado pelo Pavilhão Lúcio Costa e pela Casa do Zelador. No sítio arqueológico, encontram-se remanescentes históricos e arquitetônicos dos antigos povoados missionais.
Composto por dois volumes retangulares articulados em "L“. O Pavilhão Lúcio Costa possui alpendre perimetral e fachadas envidraçadas. A Casa do Zelador é formada por um volume opaco em formato retangular com pátio interno cercado por muro de pedras.
Sistema Construtivo
O Pavilhão Lúcio Costa possui panos de paredes brancas com fechamentos em vidro e cobertura com telhas cerâmicas. A Casa do Zelador possui piso em pedra, paredes em alvenaria de pedra e cobertura em estrutura de madeira e telhas cerâmicas tipo capa e canal.
