Casa Memória da Mulher Kalunga

A CMMK desenvolve atividades de fortalecimento e resgate dos saberes ancestrais das mulheres quilombolas kalungas mantendo viva a cultura e as tecnologias afrodiáporicas. Suas atividades englobam a identidade do cerrado brasileiro - território cerratense mais preservado da Chapada dos Veadeiros - GO - através da preservação histórica criando fomento às suas políticas públicas e aos direitos sociais e humanos, em linhas de manifesto e produção anti racista que permeia todas as esferas sociais, econômicas e ambientais. Casa Memória da Mulher Kalunga (CMMK) é fruto de luta e resistência das mulheres quilombolas Kalunga preocupadas em preservar a memória, história, cultura e saberes ancestrais de seu povo, democratizar o acesso a direitos básicos ao seus familiares, como educação, trabalho, renda, saúde e também em contribuir com a preservação do meio ambiente e ser protagonista no combate ao racismo estrutural e práticas sexistas que permeia toda a sociedade historicamente. A CMMK desenvolve atividades de fortalecimento e resgate dos saberes ancestrais das mulheres quilombola skalungas, sua forma respeitosa e sustentável de se relacionar e produzir seus próprios alimentos, e suapotencialidade em ampliar sua produção para ter autonomia financeira e garantir o sustento da família,como também, manter viva a cultura, as tecnologias afrodiáporicas o cerrado brasileiro, território cerratencemais preservado da Chapada dos Veadeiros, isso porque as mulheres Kalungas preservam historicamente,embora a falta de acesso a políticas públicas e direitos sociais e humanos fruto do racismo estrutural quepermeia todas as esferas sociais, econômicas e ambientais. A Casa Memória da Mulher Kalunga (CMMK) é fruto de luta e resistência das mulheres quilombolas Kalungapreocupadas em preservar a memória, história, cultura e saberes ancestrais de seu povo, democratizar oacesso a direitos básicos aos seus familiares, como educação, trabalho, renda, saúde e também em contribuircom a preservação do meio ambiente e ser protagonista no combate ao racismo estrutural e práticas sexistasque permeia toda a sociedade historicamente. Tudo começou em 2018, com a criação do Hostel Kalunga empreendimento criado por Marta Faria da Silva comoforma de sobrevivência. Marta mulher negra, mãe solo, artesão, tecelã, guia turística e única Kalunga moradora nocentro da cidade de Cavalcante-Goiás. O hostel em pouco tempo se tornou um espaço coletivo, um quilombourbano, um ponto de acolhimento de mulheres quilombolas. Passou a realizar eventos culturais como de Sussa e forro pé de cerra, expor e vender produtos alimentícios e artesanatos produzidos por mulheres quilombolas.A exemplo: arroz de pilão, farinha, óleo de coco, caju, pequi, garrafa de tingui, gergelim, cachaças, licores, daservas medicinais, artesanatos, linha e pavio de algodão feito à mão, etc. Esse movimento vem gerando renda paracerca de 30 mulheres kalungas de várias comunidades quilombolas do Vão de alma, Vão do Moleque, Teresina eCavalcante. Mas ainda acontece de forma precária embora ter muito potencial. A CMMK começou a se organizar de forma profissional recentemente e seus projetos estão sendo pensadas emtrês frentes estratégicas: - Geração de Renda e Qualificação: Essa linha tem como objetivo fomentar a geração de renda das mulheres apartir de suas habilidades e saberes ancestrais e afrodiaspóricos. O foca é capacitá-las, auxiliar na criação derede, instrumentalizando e potencializando a capacidade produtiva e a venda dos produtos em grande escala paragarantir renda a essas mulheres. - Fortalecimento da Memória/cultura: Frente estratégica ou resgate da memória cultural afrodiásporica dos povos tradicionais, em particular das mulheres quilombolas.Educação antirracista: Iniciativas educativas, pedagógicas e artísticas com a comunidade escolar no combate aoracismo envolvendo os alunos e educadores para fortalecer a aplicabilidade da Lei 10.639 - História da África e Cultura Afrobrasileira e levar uma educação antirracista para as escolas da comunidade. A CMMK tem grande potencialidade em ser sustentável, vem recebendo apoio de uma rede de apoiadores emuitos profissionais qualificados que sonham com a institucionalização desse coletivo, com a autonomia das mulheres kalungas, a exemplo ativistas, antropólogas, assistentes sociais, comunicadoras, profissionaisde marketing, administração, advogadas, etc. E temos idealizado projetos de impacto, para que se autossustente,a exemplo esse em que pretendemos destinar 20 % da venda dos produtos para serem retornados para o próprioprojeto, revertidos em capacitações e instrumentos de trabalho. Como também, estamos focados em fomentar avenda de serviços prestados pelas mulheres kalungas, monetizando e valorizando seus saberes ancestrais. Umdos maiores riscos é ter que lidar com a troca de profissionais envolvidos e o fortalecer o trabalho cooperativoentre todas as mulheres envolvidas. A CMMK está localizada no maior território quilombola do PAÍS, onde abriga o sítio arqueológico Kalunga nosertão Goiano, território que sofre com racismo ambiental, estrutural e ainda vivemos sob ameaça de perdas denosso território para o agronegócio e a mineração. Nos últimos anos houve um retrocesso total, regredimosdécadas de políticas públicas para a população negra e principalmente para os povos quilombolas e indígenas. Esse atual cenário político e pandêmico expos mais ainda os kalungas a precariedade, as violências,principalmente as mulheres quilombolas e seus familiares, violência contra a mulher, ausência desaúde,saneamento básico, renda, transporte para ir e vir dos quilombos a cidade, educação, etc. A ausência de públicas que é histórica e foi intensificada no atual governo e deixou nosso povo à mercê, porém, temos nos organizadopara que possamos sobreviver e resistir, o que já fazemos também, historicamente. Como diz uma socióloga, bellhooks "onde a opressão a luta e resistência". - Valorização dos saberes ancestrais, do modo de vida, sua relação respeitosa com o cerrado, extrativismo sustentável pelo meio da geração de renda com a venda dos produtos e divulgação do modo operantes kalunga a sociedade.- - Realização de eventos: Sussa e Forro. - Aprovação e execução do projeto de Tecelagem Kalunga via - Fac - Resgatando a ancestralidade Kalunga,registrando os saberes ancestrais. - Projeto Cultura e Trabalho - mulheres Kalunga - fortalecimento da memória dos ancestrais via técnicasde produção e dos saberes das mulheres que são históricas. - Projeto de memórias negras da Casa Sueli Carneiro - produção de documentário registrando o estilo de vidasustentável das mulheres kalungas, sua relação com a natureza cultural. - Fomento de cultura afro por meio de ensaios de Maracatu aberto para a comunidade. - Apoio na elaboração de projetos direcionados a mulheres para captação de recursos na pandemia. - Oficina de bordado. - Roda de conversa de empoderamento / fortalecimento da identidade das mulheres Kalungas. Estado de Goiás é muito rico em patrimônio cultural, é onde está localizado o maior território quilombola do país, os povos Kalungas que até hoje vivem de tecnologias ancestrais afrodiaspóricas e seu modo de vidaé sustentável. As mulheres kalungas são as guardiãs desses saberes e vem passando de geração ageração. São elas as mais impactadas com as opressões de raça, gênero e classe, embora historicamenteresistirem e sobreviverem dos saberes dos povos escravizados, sequestrados de África. Entretanto, precisamde medidas que estimulem a valorização e autonomia. E essa autonomia só é possível a partir do momentoque não haja insegurança alimentar e seja possível gerar renda para a família, esse é o maior desafio. Essas mulheres carregam consigo um conhecimento histórico, manuseiam as tecnologias africanas e dadiáspora negra como ninguém, são capazes de produzirem seus alimentos de forma sustentável, compartilharcom a comunidade local e ainda tem potencial de garantir o sustento da família, preservando o meioambiente, mantendo a biodiversidade, protegendo o cerrado mais preservado da Chapada dos Veadeiros. Pensar esse projeto, é pensar no processo de resgate histórico e da memória, combinando novas tecnologiasque possibilite o aumento da produção e sua diversificação, mas com o cuidado de manter viva a cultura eo respeito com a terra. Valorizar a cultura Kalunga, os saberes dessas mulheres é uma forma de manter acultura viva, garantir renda, alimento saudável para as comunidades em torno, combater as artimanhas do racismo estrutural e ambiental, o sexismo, preservar o meio ambiente e garantir uma vida digna para as gerações futuras Kalungas.