Rede Paulista de Educação Patrimonial – REPEP

A REPEP se constituiu, desde 2012, como um coletivo educador, formado por profissionais oriundos dos vários segmentos na área de cultura e educação, envolvidos com projetos e temáticas da proteção e valorização da memória coletiva e do patrimônio cultural. Busca-se com a Repep propiciar: a troca de experiências educativas em patrimônio e memória; a avaliação conjunta dos significados e alcances destas iniciativas; a reflexão sobre os princípios e parâmetros para a Educação Patrimonial; a construção de ações em parceria. Ela é formada hoje por educadores, historiadores, geógrafos, arquitetos, cientistas sociais, antropólogos, que trabalham na rede de ensino público, em prefeituras, em órgãos de preservação, em universidades, em cursos de pós-graduação e do movimento social. Em 2012 a repep realizou diversas reuniões abertas para discussão sobre os princípios da educação patrimonial. Organizou um site (repep.fflch.usp.br), com apoio de um projeto de extensão universitária da USP. O site disponibiliza o mapeamento dos projetos educativos realizados em São Paulo, assim como Boletins informativos, sugestão de bibliografia de apoio e legislação sobre patrimônio cultural. Em 2014 a Repep organizou seu 1o. Encontro de Trabalho para apresentar a proposta de ações coletivas e debater projetos em comum. A partir daí consolidou seu trabalho com a elaboração do Estatuto da Repep, que organiza sua atuação. A partir de 2015 deu-se a formação de Grupos de Trabalho para realização de ações educativas em diferentes territórios da cidade, em função de conflitos e ameaças que atingiam a preservação da memória e do patrimônio. Estas ações foram propostas em parceria com outros coletivos e movimentos sociais, fortalecendo a concepção da repep como uma rede de articulação e apoio às práticas educativas. Assim surgiram as ações educativas tais como: Inventário Participativo Minhocão contra Gentrificação (área central da cidade SP), em parceria com o Movimento Baixo Centro; estudo de proteção da paisagem do Outeiro da Freguesia do Ó (zona norte da cidade), em parceria com o Ponto de Memória da Brasilândia; elaboração de material de apoio pedagógico para o centro histórico de São Luis do Paraitinga (cidade do interior de SP), em parceria com a Casa do Patrimônio do Vale do Paraíba (Iphan/SP). Em 2016 a Repep realizou seu 2o Encontro de Trabalho para apresentar essas ações que estavam sendo desenvolvidas e ampliar a participação de interessados. Outras ações realizadas pela Repep desde 2014 foram: cursos e oficinas sobre educação patrimonial, elaboração de material didático, inventário participativo; mesas redondas e debates sobre memória e patrimônio populares, como exemplo os Clubes de Mães da Perifieria da zona sul e sua atuação durante a ditadura militar nos anos 1970. (fonte: facebook/repep) Em 2019 publicamos o Dossiê do Inventário Participativo Minhocão contra Gentrificação, que identificou 44 referências culturais no território. Publicamos também o mapa folheto para divulgação dos resultados do Inventário. Realizamos Rodas de Conversa no território para debate sobre as ameaças à memória e as práticas culturais dos grupos mais vulneráveis do centro (população em situação de rua; grupos lgbtqia+, refugiados e imigrantes moradores do centro; trabalhadores e moradores pobres da região central; movimento de moradia da área central). Em 2021, a Repep, em parceria com o Coletivo Arouchianos, elaborou o Inventário Participativo do Arouche LGBTQIA+ em função das ameaças de expulsão dos moradores e usuários mais pobres por projetos urbanos de intervenção. O Dossiê publicado em 2023 apresenta como resultado o mapeamento e a identificação de 50 referências culturais ligadas aos grupos lgbtqia+ que frequantam, trabalham e moram no território do Largo do Arouche, região central da cidade de SP. A partir do inventário foi organizado um museu de território, o M.O.N.A. Museu da Ocupação e Narrativas do Arouche LGBTQIA+. O Mona é um museu virtual, que guarda as memórias da ocupação histórica da região por esses grupos (https://www.arouchianos.com.br/mona.html), mas é também um museu de território que surge das ações práticas desenvolvidas no Largo do Arouche pelo Coletivo Arouchianos. A partir desta parceria nos estudos e temática da diversidade sexual a Repep também se engajou em outro Inventário Participativo das Territorialidades LGBTQIA+, agora abrangendo toda a cidade de São paulo. Este inventário está sendo elaborado em parceria com o Instituto Pólis e financiado por emenda parlamentar. Por fim, desde 2019, a Repep está elaborando outro Inventário participativo de 3 distritos periféricos da cidade: Perus, Anhanguera e Jaraguá, situados na zona noroeste. O objetivo do Inventário é contribuir para a regulamentação de um dispositivo do Plano Diretor, o TICP (território de interesse da cultura e da paisagem). este inventário está sendo realizado em parceria com o Movimento pela Prservação da Fábrica de Cimento Perus. Encontra-se em fase final, com a realização de oficinas devolutivas nos 3 distritos.